sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Tópicos Especiais

Gestão das redes sociais
A questão redes sociais, ao mesmo tempo em que é uma ferramenta de marketing e comunicação para algumas empresas, ainda é mito para outras. Convém salientar que, em contraponto ao bom uso dessas ferramentas, muitas empresas se aventuram nesse mundo da web 2.0 sem saber aplicar os recursos de maneira a, realmente, beneficiar a comunicação empresarial, forma-se aí famoso tiro no pé.
Sempre que uma empresa pensar (já devia ter pensado) em investir na comunicação dessas redes sociais, é requisito básico que exista segurança e garantia de que esse investimento seja preparado para encarar o atendimento único, para cada internauta, e público ao mesmo tempo, vinte e quatro horas por dia.
Tomamos como exemplo o twitter, para ficar mais claro o entendimento. Toda empresa quer colocar no seu site a imagem de um passarinho azul, que de 2 anos para cá virou febre no país inteiro. Raciocínio claro: “quanto mais ferramentas/mídias tivermos para atingir nosso público, melhor para nós.”
Contudo, estejamos alertas. A partir desse momento, devemos saber que a qualquer hora do dia, de qualquer dia da semana, podemos ter uma reclamação de um consumidor insatisfeito e que, com o imediatismo que a internet prega, devemos responder instantaneamente, correndo o risco de essa informação se disseminar e o passarinho azul se tornar uma ave de rapina.
Analisando este pequeno exemplo, não devemos pensar em não nos inserirmos a essas ferramentas. Muito pelo contrário, as redes sociais representam a verdadeira empresa. É uma forma pública, direta e econômica, de provar ao consumidor o que a empresa realmente é. Todavia, sejamos prudentes. O boca a boca, na internet, deixa de ser feito ao pequeno grupo de amigos e passa a propagar (o bom e o ruim) a centenas de seguidores, por internauta.

Gestão da Inovação
A grande onda do momento é a inovação. Até mesmo, sendo pré-requisito para contratação de funcionários. Juntamente com as tradicionais, boa aparência, inglês, organização, aparece agora a inovação. Como se considerar isso num indivíduo e, mais complicado ainda, em uma empresa.
Assim como a sustentabilidade, que toda empresa de 2007 para cá quer impor, a inovação aparece. Principalmente para grandes empresas, mas conseqüentemente, as médias e pequenas vão atrás.
É interessante pensarmos que a inovação surge da seguinte fórmula: Idéia + Necessidade. É dessa forma que geramos algo inovador. Analisamos uma necessidade e a partir dela temos uma idéia, criativa, para sanar e suprir esta necessidade. A inovação também pode acontecer através de uma reutilização ou de uma renovação, como utilizar Bombrill na antena da televisão. Quer algo mais inovador? Digno de Cannes.
O criativo tem um quê de inovador e vice versa.
Com essa análise, devemos refletir acerca de um pensamento, inovador e também realista de Nabil Sakkab, chefe de pesquisa e desenvolvimento da Procter & Gamble, que diz: “My biggest competitor today is a person with na idea.”

Gestão de Crises
Mais difícil do que uma empresa alcançar o topo entre os concorrentes é se manter nele. Com a grande e saudável briga dentro de cada mercado, atualmente, as empresas sempre buscam a melhoria de seus serviços e produtos, um melhor preço e uma diferenciação perante o resto do mercado.
Com a acirrada disputa pelo sucesso, qualquer falha, por menor que seja pode acarretar em um grande prejuízo e até mesmo, a falência.
Podemos, de maneira geral, comparar a Gestão de Crise, como um todo, a um corpo de bombeiros. Onde, a missão não é apenas apagar o incêndio que vier a ocorrer, mas agir de forma a conscientizar e educar a todos o que devemos fazer para evitar que esse incêndio aconteça.
De maneira muito óbvia, percebemos que a Gestão de Crise em uma empresa tem seu principal momento de trabalho, quando a empresa entra em crise, buscando uma posição que responda e defenda a corporação perante o ocorrido. Mas tão importante quanto é ter planejamento e comprometimento para que, antes da possível crise se instalar, se combata os motivos pelos quais ela ocorre.
É interessante salientar também que, para uma gestão de crise, um dos modos mais interessantes de auxiliar a empresa frente ao público é através das redes sociais. Nesse contexto, ferramentas como o twitter, tem um grande alcance, são instantâneas, tem contato direto com os stakeholders, e ao mesmo tempo que podem comunicar o fato ocorrido, tem o feedback de qual é o posicionamento dos públicos, facilitando assim o processo de defesa da imagem de uma marca.
Gestão da marca, imagem e reputação
Conforme os estudos que vem sendo realizados nos últimos anos, a marca de uma empresa é o seu maior patrimônio. Esses estudos tentam de maneira conotativa mensurar o quanto vale uma marca. Obviamente, não temos como estipular um preço fixo por determinada marca, pois existe uma variação muito freqüente conforme a marca e seus concorrentes se comportam dentro de um mercado. E, gerada uma crise, em poucos dias uma marca pode perder todo seu valor.
Mesmo desse modo, devemos sim, considerar a marca o maior valor de uma empresa. A partir daí existe a explicação de que, o período pós-crise é o pior para a empresa, é o momento em que a marca está enfraquecida e que o consumidor tem insegurança sobre ela.
Por esses motivos que a gestão de marca sempre deve ser muito bem planejada e por longos períodos. A reputação de uma marca, o seu posicionamento sobre o mercado são os principais fatores que alinham a empresa.
É necessário sabermos também que quanto maior a marca e sua divulgação, mais fácil da sua reputação ser atingida. Pois mais pessoas e concorrentes tem conhecimento sobre ela. E ela, assim, se torna mais vulnerável.
Esse planejamento de marca tanto para a gestão da imagem como para reputação é de suma importância para consolidar o posicionamento não apenas da marca em si, mas da empresa também. Afinal, não existe posicionamento sem marca e não existe marca sem gestão.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Avante Brasil!

Seguimos para o caminho do fim. Não sei como ainda não chegamos nele, ele parece nos ajudar, diferente de nós mesmos. Parece que quanto mais o seguimos, mais ele se afasta e assim vamos vivendo a rotina deste caminho. A passos de quem tem pressa é o que parece.
Insistimos nos erros que já cometemos. Confirmamos na tecla verde nossa indiferença e ignorância. Não sabemos, ou poucos sabem, anular ou pintar de branco – o que na verdade, deveria ser pintado de preto-. Muitos já se deram conta e, num protesto silencioso, deixaram de votar nos dois concorrentes que temos. Na minha opinião, não deveria existir votos brancos, e sim, pretos. Representando o luto, o vazio, as trevas.
Escolher entre Dilma e Serra é como escolher entre morrer queimado ou afogado. Temos que escolher ou uma guerrilheira que sequer líder de turma foi, ou um picolé de chuchu que é muito melhor instruído, mas que, por sua palidez, é mais sem graça do que a praça é nossa.
Chegamos ao ponto, acreditem, de pensar que se o Lula tivesse concorrendo seria melhor. Não mintam, qualquer brasileiro acha que seria melhor eleger o Lula do que Dilma e Serra, isso me dá medo. Apavora.
Em compensação temos um político de primeira linha. Que conforta. Não por acaso, foi o deputado mais votado nestas eleições. Isto porque o povo, brasileiro, guerreiro, precisa de um representante igual a si, discutindo por seus direitos: um palhaço, ainda por cima, analfabeto.
Agora temos um representante a nossa altura.
É, exatamente, para isso que suamos todos os dias. Trabalhamos e nos esforçamos, concluímos uma faculdade e elegemos de forma indiscutível um palhaço, analfabeto. Para ser lixeiro, precisamos ensino médio completo. Onze anos de estudo. Para ser político, basta ter alguns anos de babaquice e uma boa experiência em cara de pau.
Foi-se o tempo em que nos orgulhávamos dos nossos representantes engravatados. Hoje gravatas não representam seriedade. São um artifício para esconder dinheiro. Atrás delas estão filhas da mãe, que de cara risonha, nos roubam e ainda acham graça, palhaços. Deveriam usar forca ao invés delas.
É quase que ser assaltado à luz do dia e o bandido sair rindo da nossa cara, pois não podemos fazer nada. O que é mais ridículo é que nem porte de arma eles tem assim teríamos, ao menos, uma desculpa para entregarmos o dinheiro.
Quem podia, por seu poder e comunicação em massa, abrir os olhos do povo e encontrar, quem sabe, o único modo de reverter essa situação segue a lei da boa vizinhança. Não acusa, não grita aos quatro cantos o quão idiota somos. Os jornalistas, com raríssimas exceções, por medo, por interesse, ou por serem lisos como vaselina, de nada falam, de nada protestam. Despistam.
Fica a dica aos jornalistas, aproveitem e escrevam logo. Falem mal, ofendam. Só não demorem, pois em seguida o Tiririca vai saber ler... E, se o analfabeto descobrir, ele vai contar pra guerrilheira. Aí, se preparem!
Mas vamos lá. Povo brasileiro, guerreiro. Estamos muito bem representados: Dilma, Tiririca e Michel Temer. A guerrilheira, o palhaço analfabeto e o ladrão.
Agora, escolha seu avatar...

domingo, 10 de outubro de 2010

Ainda pode ser melhor

Porto Alegre está de parabéns. Entrou no mundo, acordou pra ele. Chega de provincianismo. Só neste 2010-II, temos Paul McCartney, CowParade, Dinner in the Sky. Tudo em inglês, tudo oriundo de primeiro mundo. McCartney, beatles, quem diria estará na capital, do laçador, entoando solos de guitarra e canções londrinas. Mais orgulho para os bairristas que cultuam o chimarrão. O dinner in the sky, jantar no céu, que tudo bem, não foi jantar foi almoço já até ocorreu. Para quem não sabe, e como sempre é, a idéia foi importada. Esta janta em alto estilo, com o perdão do trocadilho, já ocorre nos países de primeiro mundo e agora, em Porto Alegre. Temos mais, temos vacas agora. Tudo bem, elas estão paradas, não fornecem leite para famílias carentes, mas enfeitam nossa capital. Estão lá, cada qual com sua representatividade, contando histórias pra boi dormir ou simplesmente sendo um mobiliário urbano. A cultura do povo, gaúcho e brasileiro está evoluindo e isso é bom.Agora, de que adianta termos jantares nas alturas, vacas paradas, e Pauls se parte do povo ainda tem a cultura de vândalo. Concordo, devemos honrar nossa procedência, mas devemos mais do que isso, aceitar que o mundo é globalizado e que o espaço de cada um está aí para ser respeitado. Inclusive as vacas. O problema do Brasil são os brasileiros. Obviamente não todos eles, mas esta pequena parte que estraga o todo. São aqueles que roubaram a vaca e, hoje, atearam fogo em outra. Acreditem, nós já evoluímos, a maioria, aqueles que sabem que o Brasil e junto com ele, Porto Alegre está inserida dentro do mundo, não deve mais se sentir aquém dos demais, do resto do mundo. O problema são estes, os primatas, que puxam os demais para baixo e que faz os gringos ainda torcerem os narizes vermelhos para o povo do samba e do carnaval. Isso para mim, sendo bem portoalegrense, é “chinelagem”. Pedro Ernesto, Porto Alegre é demais, mas ainda pode ser melhor.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Assim como no onze de setembro

A notícia do momento, no mundo inteiro, é a queima do Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos. Esta queima, se realmente ocorrer, dará renascimento a fatos ainda mais catastróficos e isso preocupa. A queima de objetos que representam a cultura/ religião identidade de um povo ou grupo, por menor que seja, é motivo de ódio e o ódio gera ódio, por mais redundante que seja.
Não devemos condenar aqueles que, pelo passado, não conseguem viver o presente e tentam de alguma forma expressar o quão penoso e doloroso foi o ocorrido, neste caso o ataque de onze de setembro. Mas não devemos também esquecer quantas pessoas pagaram em detrimento do que ocorreu numa escala maior e intocável pela população.
O onze de setembro, sim, foi o maior atentado de todos os tempos, mas em contrapartida, os muçulmanos e todo o povo que está aquém da Al Qaeda, sofreu da mesma maneira, com inúmeras mortes e tragédias. Essa raiva descabida, a ponto de queimar um objeto que para ninguém, não trará beneficio algum deve ser sim condenável, juntamente com o que vem antes e depois dela. Exemplo disso é o que já está acontecendo, mesmo sem ainda sequer ter acendido a chama que irá queimar o livro sagrado, paquistaneses já queimam a bandeira americana, símbolo maior dos EUA, como aprendemos nos desenhos animados. E, entre a queima dos símbolos de países e de religiões, com certeza sucederá a queima de pessoas, e o que é pior, inocentes. Assim como já aconteceu no onze de setembro.
Ou seja, a - já citada - redundância do ódio, acaba se tornando uma revolta desnecessária onde todos acabam pagando. Assim como no onze de setembro.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

PP ou MKT?

Eu sempre me perguntei, e por mais inútil que pareça ser, acho que nunca vou chegar a uma conclusão concreta. O que é maior/melhor? O marketing ou a propaganda? Sei que eles caminham de mãos dadas e sei que vou ser crucificado por levantar essa questão. Também vou ser chamado de burro, porque parece ser uma questão que não aceita comparações – assim como a Itaipava (ironia). Mas nesse tal mercado publicitário, devemos admitir que tudo é disputa, principalmente de egos e, não obstante, as áreas desse mercado também tem ego. Pois estas mesmas áreas, tem pessoas, e essas pessoas tem ego. Ainda mais nessa área... Um ciclo, não?!

Só que mesmo bem parecidos, ao ponto de não permitir comparações, jamais conseguiremos confundir um publicitário com um “marqueteiro”, a diferença é sensível aos olhos e aos ouvidos. Marqueteiros usam camisa e sapato e falam em marketshare e target. Publicitários por sua vez, all star, camisa curta e falam de games. Marqueteiros usam o penteado dos atores da nova das seis, pro lado, lambido. Publicitários ou não usam cabelo, ou os que têm usam escabelado. E existem aqueles que são versáteis, ou que ainda não sabem o que são, usam camisa e all star. Mas isso não delimita quem é bom ou ruim. É apenas questão de estilo.

Mas voltando ao assunto em pauta, marketing e publicidade ao mesmo tempo em que se parecem tanto, são muito diferentes, e ao mesmo tempo em que se ajudam e se sustentam, simultaneamente, travam uma disputa entre si. Isso reflete na relação comercial. É o desafio para a pequena empresa, investir em um logo, uma faixa e um banner sem planejamento algum, ou investir em um planejamento de marketing a médio/longo prazo, porém sem propagar isso.

A propaganda, por mais redundante que seja, propaga. Mas o marketing que está por trás dela é indispensável. A pequena empresa só é pequena por que quer. Porque escolhe ou o marketing ou a publicidade nesse sentido. E isso ainda é muito confuso para muitos mercados. Quando a pequena ou micro empresa tiver coragem de investir nos dois, se tornará grande. Me questiono ainda qual tem mais poder. Qual é ferramenta do outro. Alguns vão dizer que obviamente, o marketing é menor e é apenas um dos nichos da propaganda. Porém, marketing inclui a administração e essa área não é nem um pouco pequena. A disputa travada,, é levada inovação a inovação. Novos conceitos. Novas ferramentas, marketing 2.0. Propaganda/publicidade é arte. Marketing, resultados.

Na dúvida, fique com os dois.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

As Contradições da Humanidade

Havia uma época em que tudo era rude. Tosco. Para alguns, isso era melhor e, como sempre existem as contradições, para outros não. Como a evolução da humanidade se dá, pela própria humanidade e essa humanidade é feita de homens e de mulheres é sempre bom observarmos o quanto o homem – e a mulher – evoluíram no trocar de luas.
Nos primórdios, não haviam casas, sociedades estabelecidas de forma civil ou política e também, não haviam vestimentas. Mas após criarem-se as vestimentas, neste momento de uso apenas por necessidade de sobrevivência: proteger do frio e cobrir o corpo dos mosquitos – naquela época eles eram assassinos, veio o estilo, a moda, e a elegância que vemos até hoje.
Retornando. Surgiu em algum momento do período jurássico, um Clodovil cavernoso que pensou na beleza estética daquilo, daquelas roupas feitas de couro e pêlo, segundo ele, muito cafonas. E mesmo sem saber que o nome disso é beleza e estética ele começou a criar a tal moda.
Dali a pouco então, vieram os acessórios, a blusinha mais curta, o shortinho apertado, e quando nos demos por conta, por mais brega que fosse, Carla Perez já era a loira do Tchan, ao lado da morena, Scheila Carvalho, ambas usando o shortinho apertado e a blusinha bem curta desse tal Clodovil das cavernas.
Mas as contradições existem, e que bom por isso. Ao mesmo tempo em que temos shortinhos curtos, temos casacos longos que caem sobre a pele macia dos ombros das morenas dessa minha Porto Alegre. A humanidade dessa capital (bairrista que sou), nesse quesito, evoluiu de maneira correta, e eu, chego no ponto que gostaria e que muito me agrada: as morenas de sobretudos longos, sobre os ombros macios, com um detalhe importante, que a pouco descobri o nome: o rímel.
Salve todas aquelas que usam casacos longos e rímel. Confesso que até pouco tempo atrás não sabia que rímel era rímel, assim como os cavernosos não sabiam que moda era moda, mas ele é essencial. Assim como o inglês fluente.
Pena que entre as inúmeras leis supérfluas que regem nosso Brasil não existe uma, apenas uma, que obrigue o uso desse artefato nas nossas compatriotas e que bom que muitas delas sabem o quanto isso agrada e usam-no. O dia, para qualquer macho que se preste, se paga após uma mulher de rímel cruzar na calçada. O rímel, em sua composição além do preto, traz volúpia. Isso é essencial. Ah, essa volúpia...Vale mais do que qualquer shortinho ou blusa curtinha. E, embora haja contradições, para mim, sensualidade se sobressai à vulgaridade.

Fica a dica às compatriotas desavisadas. E o obrigado as que sabem da importância do rímel e da volúpia.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Giuliano por Gardel

Por una cabeza
de un noble potrillo

Por uma cabeça, do potro, Giuliano.
que justo en la raya
afloja al llegar,

Que mesmo marcado, sabe jogar
y que al regresar
parece decir:

Seja nos minutos finais, seja pelo jogo inteiro
No olvidéis, hermano,
vos sabés, no hay que jugar.

Não esqueças, meu irmão.
Giuliano tem estrela.

Por una cabeza,
metejón de un día

E foi, de cabeça, começou em um dia
de aquella coqueta
y risueña mujer,

Em um jogo, tranquilo
Uma partida qualquer

que al jurar sonriendo
el amor que está mintiendo,

Giuliano, o potrillo,
subiu lá no alto

quema en una hoguera
todo mi querer.

Num salto, sozinho
Aprendeu como é.


Por una cabeza,
todas las locuras.

E é por uma cabeça
Toda essa loucura

Su boca que besa,
borra la tristeza,

A bola na rede
A torcida a vibrar

calma la amargura.
Por una cabeza,

Se acalmam os nervos,
Por uma cabeça

si ella me olvida
qué importa perderme

se a América se vai
nada mais me importa

mil veces la vida,
para qué vivir.

Por uma cabeza
Queremos viver.

Cuántos desengaños,
por una cabeza.

Quantos desenganos
E, novamente, a glória


Yo jugué mil veces,
no vuelvo a insistir.

Jogamos mil vezes,
E pela insistência

Pero si un mirar
me hiere al pasar,

Se te vemos América
Queremos ganhar

sus labios de fuego
otra vez quiero besar.

E esse continente
Vermelho volta a ficar

Basta de carreras,
se acabó la timba.

Findou-se a partida
Por uma cabeça

¡Un final reñido
ya no vuelvo a ver!

Esta final sangrenta
Não voltarei a ver

Pero si algún pingo
llega a ser fija el domingo,

Mas se outro, potrillo
Assim como Giuliano

yo me juego entero.
¡Qué le voy a hacer..!

Aparecer novamente
A américa, vermelha,
Volta a ser!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

O bem estar do bom humor

Passaram-se alguns meses e as mudanças vieram, corretas. Saíram alguns chegaram outros e, mesmo sendo algumas dessas mudanças auspiciosas, tivemos dúvidas e desconfianças por parte delas. A direção do Internacional mudou um semestre depois do que devia, menos mal que pelo destino ainda era tempo. O que não veio na pré-temporada, chegou na inter-temporada, quem sabe pelo favorecimento do nome. O Internacional ao invés de tomar novos rumos, foi pelo que já conhecia e o que sabia que iria render, e está rendendo. Todos jogadores repatriados: Tinga, Renan, Sóbis. Todos vitoriosos pelo próprio Inter, conhecedores de Libertadores, e principalmente, os três, daqui. De nada adiantaria, a essa altura do campeonato – literalmente – chamar craques, pagar milhões, se estes mesmos não soubessem a maneira que o Internacional trabalha e como tudo funciona entre os muros do estádio e as linhas no gramado. E está nesse espaço, atualmente, aquele que mais me impressiona positivamente. Dentro do estádio, mas fora das quatro linhas.
Celso Roth.
Das contratações do período da Copa é aquele que mais desagradou o torcedor. Tudo foi aplaudido em pé, da repatriação dos já ganhadores da América, ao “vai embora” do Kléber Pereira. Mas Roth chegou já, sobre suspeita. Mesmo com tudo isso, o Internacional de junho para cá não mudou de técnico, mudou de personalidade. As coletivas de imprensa não terminam mais com o tradicional “boa noitche” irritado de Fossati. Começam e terminam com descontração, piadas e risos por parte dos jornalistas e do próprio técnico. Se há brigas, crises de vestiário, elas não são expostas como eram na Era Jorge Fossati. E isso, se reflete dentro do campo. Roth, quem sabe pelos tombos que a vida lhe deu, aprendeu a reagir da forma certa. Trabalhar sobre a pressão que um clube grande exerce sobre os ombros dos técnicos e, por isso, merece vencer. Não por sua competência, que sempre será questionada, mas por saber levar a vida, numa boa. Este rendimento do Internacional é devido ao bem estar do grupo, ao bem estar que o bom humor, de Celso Roth traz. Portanto, fica Roth, porque o teu bom humor é o meu, também.

domingo, 25 de julho de 2010

Guitarra y voz

Há dias que vamos a um jogo de futebol e apenas um gol, vale o ingresso. Há filmes em que apenas por uma cena, vale a hora e meia “perdida” na frente da TV. Sobre isso, podemos afirmar que a decepção é totalmente proporcional a uma expectativa não alcançada. Jorge Drexler é contrário é isso. É uma grande expectativa e, mesmo assim, consegue ir além: alcança e supera qualquer expectativa, em seu espetáculo. Talento não falta nem a ele nem a sua banda. Tendo como componentes, argentinos, italianos, espanhóis e ele, uruguaio. A variedade, mais do que nas nacionalidades, se expande até a quantidade de instrumentos no palco e a versatilidade atinge à todos. O baixista vai até a bateria, o percursionista assume o violão, todos giram como um time de vôlei. Durante o espetáculo percebe-se o quanto ensaiado e esculpido é o ritmo de suas criações. A linha dos tons entre as músicas e durante elas varia de forma abismal. Sobe, desce, apressa, reduz, regidos pela voz e as notas de sua guitarra. E diante disso, percursão e metais complementam de melhor forma ainda, as diversas milongas do músico. Seguindo o real significado de intérprete, Drexler, vive as músicas, diferente de muitos cantores atuais que são apenas uma voz em cima do palco. Dentre esses, e tantos outros diferenciais, o cantor – ou intérprete – conversa e dialoga de forma muito informal com a platéia entre todas as músicas, aceita pedidos, faz piadas, leva a voz de todos para cima do palco, junto com o grupo, até ensina a cantar.É bom saber que existem aqui, da América do Sul para o mundo, artistas com tanto potencial. Não menos do que justo, o Oscar ganhado por ele. Diferente do ingresso de futebol, que é válido por apenas um gol, o show de Drexler valeria com qualquer - e apenas - uma de suas músicas.
Volte sempre para a América, Jorge Drexler.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Bom para uns, ruim para outros

Passada a Copa do Mundo, junto com polvo Paul, com Jabulani, com Jo’bulani, com Mick Jagger inverteram-se muitas coisas. Descobrimos que o goleiro do Flamengo, além de defender também ataca. Mas, mais do que rendeu ao público as caretas e a presença de espírito de Maradona à beira do gramado, a Copa proporcionou, dessa vez apenas para os clubes, municiamento. Aqueles que tiveram planejamento, souberam usufruir desse mês e torná-lo tão rentável quanto uma pré-temporada. Antes do Mundial, os colorados não sabiam como inverter a situação. A única esperança dos gaúchos estava baseada na superstição e na mística, pelo fato de enfrentar novamente o São Paulo, novamente em ano de Copa...
O Inter soube se reforçar, soube contratar. Por mais contraditório que seja, Roth ajeitou o time e a esperança se concretizou com a antecipação da abertura da janela e a confirmação de Tinga, Renan e Sóbis. Em três jogos – dois fora de casa – o Inter venceu todos. De três jogos – dois deles em casa – o São Paulo perdeu dois e empatou um. Pré-copa, Fossati balançava no cargo de treinador. Pós-copa Ricardo Gomes balança à frente do São Paulo.
Se essa revolução dentro do Inter e dentro do São Paulo, um para melhor outro para pior, vai ser suficiente para os colorados avançarem à final, não sabemos. Contudo, agora, contamos mais do que apenas com a superstição. Contamos com um time equilibrado e com reforços de peso. Hoje sim, podemos afirmar, o Inter tem cara de Campeão da América.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Encontros descontraídos

Um encontro casual, quase que rotineiro.
Num fim de tarde informal, uma conversa de parceiro.
Duas cadeiras postadas, dando ângulo ao público.
Tornam o momento prazeroso, convidativo e lúdico.

A pauta é das mais variadas: o assunto, sempre interessante.
Política, história, arte. Cultura, sempre constante.
A descontração rege o encontro, o vinho condiz com a ocasião.
O professor sobe ao palco e inicia a atração.

A entrada sempre é franca, seguindo a cordialidade,
O evento próprio se banca não tendo média de idade.
É a cara da capital, “O encontros com o professor”
Com a canja musical, com cultura, com teor...

A simplicidade do encontro, cativa todos que ali estão.
A serenidade da prosa, o conteúdo por lição.
É bom saber que no palco, todos têm a contribuir.
Espero eu, ansioso, o dia que irei subir.

domingo, 11 de julho de 2010

Exemplos de merecimento

Além do povo Paul, todo aquele que soubesse ter uma leitura mais ampla do contexto que a Copa havia criado, saberia que o título mundial dificilmente sairia das mãos da fúria e de Casillas. Diferente da estréia na Copa, com derrota, a Espanha que é metade do Barcelona e por isso tem seu estilo de jogo igual, mostrou-se, embora de forma modesta, qualificada e apta para levar a taça que sairia das mãos de Canavarro.
Pois bem, os demais favoritos – por time ou por história -, foram caindo. Já na primeira fase ficaram França e Itália pelo caminho, as duas finalistas da Copa passada. Restaram com possível chance, além da Espanha, apenas quatro: Brasil, Argentina, Alemanha e a própria Holanda. Como é do roteiro da competição essas seleções se enfrentariam, tirando aqueles que tinham realmente poder para vencer os espanhóis do caminho. Alemanha tirou Argentina, Holanda tirou o Brasil. As únicas seleções que, na minha opinião, tinham poder para vencer a Espanha. Argentina e Brasil tem, além da camisa algo a mais que as outras seleções do mundo. Porém esse diferencial, não foi o bastante para passar para as semifinais. O caminho estava aberto e convidativo para a Espanha.
Em campo, a fúria espanhola sabe ter o que todos os times do mundo querem e não conseguem, posse de bola. Na maioria dos jogos a posse de bola dos espanhóis supera 60%. E como não é possível fazer gol sem a Jabulani, neste caso a Jo’bulani, a Espanha dita seu ritmo e sabe jogar como quer.
É por esse fato que a chamam de Kama Sutra, a Espanha sabe chegar ao gol – leia-se orgasmo – em diversas posições, mantendo a posse de bola – leia-se “jogo” – pelo tempo que quisesse, se fosse o caso, horas e horas. Comentário condenado por vários, mas no mínimo elogiável, pela oportunidade em que foi analisado.
Por essas e outras a Espanha fez por merecer. Injusto seria se a Holanda, seleção mais violenta da Copa fosse campeã. Seria um prêmio à violência, algo que foi totalmente oposto à Copa da África.
A Holanda teve quatro destaques nessa final, três deles negativos. De Jong, Van Bommel e Robben só souberam bater e reclamar da arbitragem, em lances quase que constantes os três , juntamente com Heitinga, mostraram ao mundo um cardápio de pontapés, dos mais tradicionais a até, golpes de karatê. Apenas Sneijder teve destaque positivo e uma seleção não pode merecer o título mundial por apenas um jogador. Mereceu a Espanha que teve apenas destaques positivos, embora alguns mais e outros nem tanto. Casillas soube evitar três gols prováveis, Puyol mostrou o quanto aprendeu com Iarley e soube ser o xerife que é de seu papel, Iniesta e Xavi mostraram como tamanho não é documento e como deve funcionar um meio campo, deram aula de futebol, inclusive a profissionais. Felipe Melo deveria fazer algumas aulas com eles. A Espanha soube mostrar ao mundo como uma seleção deve se postar diante de uma Copa do Mundo. Esta Copa de 2010 soube ser justa desde a escolha de sua sede. A África merecia há décadas uma Copa, por seu povo e por Mandela. A Espanha merecia há décadas um título mundial, para honrar toda sua tradição entre as quatro linhas. Esta Copa do Mundo que se encerrou hoje nos deus inúmeros exemplos de merecimento dentro e fora de campo, com apenas uma exceção: a única injustiça foi o Uruguai não ficar com o terceiro, muito mais honrado por eles do que pelos frios alemães, o título de melhor do mundial para Forlán, equilibrou a balança. E também, foi merecido.
Agora, esperamos que em 2014 o Brasil mereça e torne justo, ao menos, ser sede da maior competição esportiva do planeta.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Graças a Felipe Melo, Uruguai.

Aonde foi que erramos? Caímos novamente nas quartas. Agora para a Holanda, que convenhamos, é boa, mas não é a laranja mecânica. Apontar erros mínimos é dever cumprido por todos. O brasileiro é perito nisso, em julgamento. Pena que fora da justiça.
Certou ou errado, condenável ou não deveríamos aprender um pouco com os Argentinos. Enquanto muitos levavam bolos e pressionavam os brasileiros em sua chegada os hermanos cantavam músicas de apoio e felicitavam aqueles que foram derrotados, a essência do fair play, entre equipe e torcida.
Tratamos de um caso em especial, e não podia ser diferente: Felipe Melo. O centro do time foi também o centro das críticas e fracassou. Assim é com todos aqueles que já iniciam um objetivo com pensamento negativo e com quase 200 milhões duvidando do seu potencial. Exemplo disso, foi a discussão do jornalista Paulo Vinícius Coelho, o PVC, da ESPN, minutos após a convocação do volante. Onde se deu uma discussão pesada, graças a contestação da convocação do jogador. Péssimo incentivo para aquele que está indo defender uma nação. Não havia necessidade e, se houvesse, não era o momento.
Felipe Melo, não foi o da Seleção que Dunga tanto elogiava, o volante foi o mesmo da Europa que lhe rendeu o título de pior em sua posição no campeonato italiano. Quem sabe por ser limitado, quem sabe por sentir o peso da amarelinha. Provavelmente por saber que, quem devia, embora desconfiado, apoiar e acreditar no seu - contestado - potencial já dava a bola como perdida antes de passar pelos pés do volante.
O Brasil pelo que se viu, foi superior no primeiro e inferior no segundo. Contudo Felipe Melo teve um acerto decisivo (o passe para Robinho) e dois erros decisivos, somados a sua expulsão, o que para muitos foi um alívio.
O que nos consolou foi ver bravura, o espírito guerreiro – e brahmeiro – que o Brasil vestiu a seleção e que rendeu, e ainda rende, milhões a Brahma. Diferente de 2006 morremos como heróis, não houve riso ao final, houve choro. O que entristece é saber daqueles que esperaram uma vida para estar lá e entregaram-na durante o jogo, como Lúcio, Júlio César e todos os que honram Pelé, Garrincha, Zico... Ficou também o consolo de ver os argentinos caírem de forma mais expressiva diante da Alemanha, provável campeã.
Dos quatro sul-americanos que chegaram às quartas, restou apenas um. O pior colocado nas eliminatórias, porém o mais honrado – e sortudo – de todos. É o menos cotado ao título dos semifinalistas, mas é o que nos resta e desde os erros do Felipe Melo, me dedico a cantar bravamente: Soy Celeste, soy Celeste, Celeste soy yo...” ou então: “Volveremos, volveremos, volveremos otra vez, volveremos ser campeones, como en la primera vez.”

terça-feira, 29 de junho de 2010

1994 em 2010

Impossível não falar de futebol. Impossível não falar de Copa. O Brasil de hoje é exatamente o Brasil de 94. Um time de pegada e vitórias que, embora expressivas, não consegue convencer. A boa e velha expressão: vence mas não convence. Assim é com Dunga.
Dunga é profissional de resultados, trabalha em cima deles. Toda e qualquer resposta de toda e qualquer coletiva de imprensa, assim que contestado ele escapa pela tangente falando -grosseiramente - de seu rendimento na Seleção, que convenhamos, é invejável. Esse treinador inexperiente e criticado tem personalidade, e venceu tudo o que disputou e por enquanto está respondendo à altura do Brasil na Copa.
Há uns dois anos atrás – ou mais- o atual treinador do Brasil era um dos convidados do Arena Sportv. À sua maneira, de português meio errado, de cara meio errada, ele contou sobre o mundial de 94, na minha opinião a Copa mais brilhante do Brasil. Naquele momento percebi porque Dunga é tão criticado. Ele, como de costume, foi curto e grosso. Lembro exatamente das suas palavras, quando o perguntaram sobre a aversão do brasileiro à Seleção da época: “nós fomos lá para ganhar, não para dar espetáculo, quem quer espetáculo, que vá ao teatro”. Dunga foi Dunga. Assim foi em 94, assim será em 2010. Ele sabe muito bem o quanto o criticam e o quanto não merece essas críticas.
Ele entende o futebol como deve ser entendido: resultado. Não importa se temos Josué e Felipe Melo. O que importa é o meio a zero. E, do pensamento no meio a zero, o Brasil chegou aos 3 a 0 em cima do Chile, um placar elástico para o contexto. A Copa de 2010 é a mesma de 94, a diferença é que Dunga mudou da camisa amarela para o sobretudo cheio de botões e também contestado. Não esperecem goleadas, esperem um título nos penaltis, se possível, contra os hermanos, nossos hijos no comando de Dunga.
A jogada de efeito, fica em segundo plano, a pedalada também. Na hora de levantar a taça, não se mostra os dentes em um sorriso aberto e sim, se grita: “p...”. A vida é séria com o Sr. Carlos Caetano e ele responde a altura. Pena que ele é o homem certo no lugar errado. Se nascesse na Alemanha e comesse chucrute, não teria problema algum, mas Dunga é brasileiro e o brasileiro, quer festa. Quem sabe, a hora que vencermos os argentinos, Dunga ganhe o respeito que merece há mais de 10 anos.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Inovação Regressiva

O que pode estragar uma Copa do Mundo? A Copa da África tinha - e ainda tem - incontáveis motivos pra dar errado, a começar pelo fato de ter como sede um país subdesenvolvido. Podia dar errado pelos estádios, que ficaram prontos em cima da hora, a pouca falta de segurança, as ameaças terroristas, o trânsito e todas as estruturas que são precárias na África. O maior evento esportivo do mundo podia ser manchado por qualquer um desses aspectos e a FIFA, deu a cara pra bater e está provando pra todos aqueles que não acreditam, que é possível sediar uma Copa.
As insuportáveis vuvuzelas – que para mim são cornetas, que existem desde a primeira Copa e só agora foram se dar conta – não estão estragando o espetáculo. Elas dão um parâmetro diferente, um modo diferente de como os torcedores, de lá, vibram e celebram o futebol. Assim com os argentinos cantam o jogo inteiro e os hooligans brigam.
Mas o que mais decepciona nesta Copa não é nada disso, é da onde menos se esperava. Fechamos hoje a primeira rodada da Copa de 2010 sem contar sequer, com um jogo com qualidade de Copa do Mundo. Já vimos Brasil, Argentina, Itália, Holanda e até agora nenhuma mostrou o que pode e o que sabe. Graças a outra personagem – negativa – desta Copa, Jabulani.
Maldita Jabulani, maldito o planejamento da FIFA e da Adidas que lançam a bola da Copa há poucos dias do início do mundial.
O pior de tudo, é o fato de a bola lançar um novo conceito, sendo mais leve, com menos gomos, com ranhuras e tudo o que está ajudando a termos jogos e lances de várzea em um certame mundial. Onde estão os lances de maestria, os gols de placa, as goleadas históricas? Dúvido que todas as seleções podem sofrer tanto com a estréia, fazendo com que todo nível técnico se iguale. Toda técnica e talento daqueles jogadores que lá estão, se esbarram na inovação da Jabulani, uma inovação no mínimo desnecessária.
Sinceramente, estou pouco me lixando para vuvuzelas, atrasos e problemas de estrutura, desde que no íncio dos jogos esteja no centro do campo uma bola decente, que nos permita saber porque aqueles jogadores são os melhores do mundo.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Um charme especial

Afinal de contas, o que é charme? De forma breve, é aquilo que encanta e seduz, provoca atração. Contudo, por senso comum, sempre relacionamos o charme a algo com estilo, com elegância, até com riqueza. Mas sempre existem exceções. A Libertadores tem um charme, que não é rico nem elegante. Muito pelo contrário, a Libertadores é farrapa, maltrapilha. Ela permite que tenha cachorro e pilha em campo, briga dentro de vestiário, bombas, fumaça e toda aquela selvageria que faz com que o futebol pareça uma batalha romana.
Saudável, não é. Esportivo? Muito menos. Mas isso seduz e encanta à todos aqueles que assistem, e este é o charme da Libertadores. E também, como já dito, Libertadores é Champions League, mas sem frescura.
Sorte ou competência
Há um senhor sempre postado à beira do campo. Mal encarado, feio. De semblante pesado e brigão. Bem vestido - socialmente - , porém sempre escabelado por ter além da gravata, uma corda no pescoço.
Jorge Fossati me desperta curiosidade. Não sei até onde ele realmente é um estrategista. Existe algum limite em que sua competência encerra e o uruguaio vira vibração. Como todo sul americano, seu sangue ferve e, sabe-se lá como, ele faz o certo. Fossati deu o doce ao Estudiantes e tirou na hora certa. Nos mesmos 43 minutos do segundo tempo de quinta passada. Que bom que o Inter levou dois gols, cedo. E que bom, que o Estudiantes acreditou que poderia segurar o resultado ao invés de tentar o terceiro gol, o que sairia facilmente. Se tivemos competência ou sorte, não sei. Abaixo de pressão o Inter avança. E, que assim siga. Com ameaça de demissão do contestado Fossati, com Alecsandro de titular, com Pato saindo da área, com gol aos 43 em meio a fumaceira adversária...
Entre a competência e a sorte, fico com a raça. O único atributo que vi no Inter, nessa Libertadores foi raça. Garra, que faltou aos demais.
Temos um Inter copeiro, apenas. Sem firulas, Adrianos e Ronaldos, que por sinal, já ficaram pelo caminho juntos, agora, com Sebástian Verón.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Coerência que satisfaz

Por mais contestado que seja, Dunga está certo. Preferências pessoais à parte, Dunga seguiu à risca uma escalação segura e correta. Enquanto todo mundo esperava novidades, elas não vieram e com razão. Como poderia Dunga chamar dois atletas que despontam atualmente, mas que sequer foram convocados uma vez apenas. Do contrário, como poderia ele, chamar dois atletas que já tiveram espaço na seleção, são craques e atualmente estão com problemas dentro e fora de campo. Dunga foi óbvio e dessa obviedade (coerente) fico satisfeito. Em todas as perguntas que questionaram o técnico, os repórteres tiveram de escutar quietos, o planejamento – acima de tudo – criado ao longo do tempo em que Dunga esteve à frente do poder, foi o que determinou as escolhas. Escolhas sólidas. E, assim como Felipão ao deixar Romário, o gaúcho leva para África, aquilo que temos de mais interessante, a chance de dar certo é grande. Eu acredito que, ao menos, teremos garra e sangue daqueles que respeitam as cores que vestem. Foi dessa forma, que Dunga venceu a Copa das Confederações, a Copa América e ficou em primeiro nas eliminatórias. Pouco interessa pra ele: nomes, história e apresentação nos clubes. Dunga treina a seleção e é a seleção que à ele interessa. Ele quer saber como estão os jogadores que para ele são úteis. Fica muito clara aí, uma questão: se fosse levar por nomes, Dunga levaria Pelé, se fosse para dar experiência, levaria seu filho.Em 2006, tínhamos apenas medalhões consagrados e deu no que deu... Treinos que eram shows, festas, mulheres invadindo o campo, ode ao futebol arte. Já em 2002, tínhamos assim como hoje, uma seleção de operários, todos unidos em um bem comum. Não há farra. Vi hoje, a convocação de 2002, onde nos perguntávamos: Kléberson?! Gilberto Silva?! Hoje nos perguntamos Elano?! Grafite?! Sim, Grafite. Ele será o substituto número 1 de Luís Fabiano, centroavante trombador. Se não levássemos Grafite, teríamos com exceção de L. Fabiano apenas atacantes leves e não centroavantes de peso. Assim como Adriano, que infelizmente não comparece aos treinos do seu clube nem quando o Jorginho – auxiliar de Dunga – vai à sua procura.Para situar todos, estamos no Brasil, e assim como disse o técnico da seleção de Portugal, o Brasil tem potencial de formar 3 ou 4 seleções competitivas, sempre terão contestações: levou este, deixou aquele. O cargo de técnico de seleção brasileira é assim. Assim como escritor de novela das 8, assim como toda aquela profissão que todos querem exercer e não podem. Eu confesso, gostaria de ser ou estar no lugar de Dunga e repetiria tudo o que ele fez, com exceção de Doni e Josué que trocaria por Victor e Sandro. Também sei ser palpiteiro.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Assim como os meninos de canela fina

A bola rolava. Não, melhor: a bola quicava... havia pedra, e pelo chão - batido - a bola não rolava... pulava, assim como os meninos de canela fina. Ela, a bola, fazia embaixadinha nas pedras passava por cima do pé e quando o levantávamos, ela escorregava na poeira e ia por baixo, era uma euforia de gritos e gargalhadas daqueles que esperavam do lado de fora pela sua vez. Eram tardes eternas e tão curtas, quanto os “gol-a-gol”, que tinham lá seus cinco ou dez minutos. O pasto onde tinha, era ralo, a bola era rala, os pés: descalços e por conseqüência, ralos também. A alegria era pura, sem pretensão, sem gana, sem depender do que nos está longe do alcance. A felicidade independente. Independente de qualquer coisa que aconteça. Que começa no primeiro chute moleque, pra cima, dá uma pausa quando a bola cai no vizinho e retorna, maior ainda, quando a bola surge alta, vinda por trás do muro alto, tapando o sol que é forte e aumentando os gritos, agora, somado a aplausos. O retrato de uma infância saudável e feliz. Afinal, não há nada que termine com a felicidade daqueles que ali estão, se estiver calor é bom, se chover, melhor ainda, enquanto a bola estiver pra um lado e pro outro – mesmo que rasgada, pelo vizinho - haverão aquelas canelas finas atrás. Mas é uma pena vermos que nossa infância se foi, não para nós, outrora canelas finas, pois ela sempre estará presente. Mas ver que aqueles que nos descendem, não terão campos ralos, nem tão pouco, pés descalços. Não terão machucados, canelas finas quem sabe, gripe pelas tardes na chuva...No amanhã, os pequenos terão apenas compromissos, desde cedo, vidas de adulto para responsáveis infantis. Responsabilidades pesadas sobre as costas daqueles, que ainda não criaram base para sustentá-las. Espero voltar a ver um dia no céu pipas cortando as nuvens, dando rasantes, e dançando de um lado para o outro... sem compromisso, assim como os meninos de canelas finas.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Duplas dinâmicas

Já dizia o velho ditado: por trás de um grande homem, há sempre uma grande mulher. Assim é para todos os casos, não só com mulheres por trás de homens, homens atrás de mulheres, homens atrás de homens e mulher atrás de mulheres, nesses últimos dois casos, podemos avaliar no sentido profissional e não no íntimo, senão teremos muita modernidade em um mesmo texto. Como exemplo, temos Ronaldo, o fofuxo. Na Copa de 2002, Ronaldo não seria nada sem Rivaldo, no máximo um coadjuvante.
E assim acontece com toda pessoa bem sucedida. Inclusive podemos avaliar o nível de sucesso e desempenho pelas pessoas que cercam aqueles bem aventurados. Ronaldo nas épocas de Barcelo, Real Madrid, Inter de Milão tinha ao seu lado, Cicarellis, Milenas... agora no Corinthians, Ronaldo tem André Luiz Ribeiro Albertino (Andréia Albertini).
Tenha certeza, Willian Bonner só é Willian Bonner pela mulher que tem, do contrário, seria mais um jornalista competente no nosso brasilzão. Assim é o Brad Pitt, assim é Beyoncé, para não parecer machista. Embora eu pense que Jay-Z não tem nada a somar, com exceção do dinheiro.
Porém sempre devemos valorizar os dois lados de uma dupla ou um casal. E o brasileiro tem como essa, mais uma de suas manias. O craque do momento é Neymar. Mas assim como Ronaldo e Rivaldo, nada seria Neymar, se não existisse Paulo Henrique Ganso. Apelidado de maestro, Ganso exerce com perfeição sua função dentro de campo e, para além de Neymar, Ganso é maduro. Dentro e fora de campo. À ele, chamo de gênio funcional (sem mesmo saber se existe esse termo), trocando em miúdos, é um gênio que busca resultado. Diferente de muitos. Ele dá o drible vertical, tendo como objetivo único e direto o gol e posteriormente, o resultado positivo. Ganso sim, é seleção. Merece a vaga pelo talento e maturidade que mostra, mas é claro que se sobrar uma “vaguinha”, não faria mal a ninguém levar Neymar.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Punição e recompensa

Quatro anos depois se repete o feito, o Inter foi derrotado em casa pelo Grêmio, em uma final de gauchão. A única diferença é que desta vez ainda temos mais um jogo, o que provavelmente confirme a superioridade gremista. Pois bem, que o Grêmio foi superior, não temos dúvida. Mas superior no que, exatamente? Em efetividade. Soube preencher os espaços, migrar e utilizar toda faixa do meio campo e intermediária ofensiva. Se postar de maneira imponente sobre o rival. O segundo tempo inteiro, exceto as tentativas de Walter, o Grêmio sufocou.
Resumindo toscamente a partida, tivemos o primeiro tempo à favor do Inter e o segundo, do Grêmio. Porém, nesta divisão o predomínio azul foi muito mais forte e efetivo. Tivemos ameaças, quase que iguais para os dois lados, mas o Grêmio teve volume, o Inter não, o Grêmio teve gols e o Inter, não.
Há quem diga que os dois gols, por serem de bola parada, não condizem com o resultado, de certo modo, sim. Contudo, foram gols de punição e recompensa. Recompensa para o Grêmio, que teve volume de jogo e foi totalmente superior na etapa complementar, abafando o Inter, que nem posse de bola teve. O Inter sofreu a punição, sendo que apenas dois jogadores não mereceram: Guiñazú e Walter. O resto do time esteve apático e frio, quem sabe pela chuva que caia. O tricolor, soube ser pulsante. A condenação aos vermelhos, foi pela indiferença do meio campo, que perdeu o pouco que tinha quando Fossati, errou feio e sacou do campo, Sandro, que junto com Guiñazú, segurava metade do time adversário. Existem erros e existem acertos. Desta vez, Silas acertou e soube usar o intervalo para reverter toda pressão imposta pelo colorado. E mais uma vez, Fossati errou por apostar em jogadores como Alecsandro e Edu, limitados. O que resta ao Inter, a esperança de que se repita 2006, não só por perder o Gauchão, mas por vencer a Libertadores. Eu, não acredito.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Nossas representações

Na Mitologia tivemos Deuses, inúmeros, cada um com uma representação e um simbolismo. Confesso que, por pura ignorância, pouco os conheço. Porém sei que esses Deuses, depois de tanto tempo, estão presentes em nossas vidas. Inclusive, tudo o que dá significação para o que fizemos e temos, foi e é regido por eles. Conto agora, parte da representação de Prometeu, filho de Jápeto, pai de Deucalião.

Prometeu, assim como o pai, era um titã. Com o perdão do trocadilho, ele não apenas prometeu, mas criou os homens. Juntamente com seu irmão, Epimeteu, ele teve a tarefa de criar todos os homens e animais, e assim, lhe atribuir características e dons, como: rapidez, força, coragem e tudo aquilo que um homem precisa pra se tornar o Zé Mayer. Além disso, assim como nossos políticos, Prometeu roubou - outro trocadilho - , o fogo de Zeus, e deu de presente àqueles que criava, os mortais. Daí vem a chama Olímpica, uma homenagem a Zeus, que foi roubado. Diferente de hoje em dia, quando todo mundo é roubado e ninguém é homenageado, até porque se assim fosse, viveríamos de cerimônias. Em síntese, os fogos, nos jogos, remontam ao passado, à tradição... Assim se confirmam da onde provêm essas representações que seguimos e acreditamos. Enquanto ocorrem os jogos a tocha permanece acesa, deixando assim, vivo o espírito olímpico.

Comparado ao fogo que é aceso, nasceu Helena. Helena tem como significado e representação também, o fogo. É luz, tocha. E de algum modo ou outro, Helena traz sua significação lá da Mitologia. E a sua representação, além do nome que já lhe foi dado, começa a ser construída. Para cada um de nós, Helena já tem seu significado. Para mim, Helena não representa apenas “fogo e luz”, e sim, felicidade por ver que os próximos, meus e dela, felizes também estão. Por agora ter conosco, mais um motivo para estarmos unidos e felizes celebrando o que Prometeu, cumpriu.

Sinceros Parabéns ao Papai e a Mamãe.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Porto Alegre é demais!

Porto Alegre é demais. Seja na voz de Denardin ou nos versos do Coronel. Porto Alegre é feliz, sorri pra mim. Multifacetada, assim ela é, uma capital com ar de interior. Essa cidade me faz sentimental, nostálgico, me faz sentir saudade mesmo sem sair daqui. Porto Alegre me tem, pois se tornou meu destino desde que a conheci e juro, não sosseguei, enquanto não estive aqui.
Não preciso de qualquer outro lugar, já conheci o melhor daqui, já vi o belo e o necessário. O pôr do sol, não tem igual, por favor, não leve a mal. Porto Alegre, das gurias, dos etecéteras... Ah, as gurias de Porto Alegre! Não há iguais. Há orgulho de estar aqui, de viver aqui.
Em Porto Alegre, tenho o vermelho e tenho o azul, não preciso de mais nada. Daqui saíram os melhores do mundo, algum motivo deve ter. E mesmo sendo assim, saindo, aposto que vão voltar. Quem sabe Porto Alegre é a melhor por saber ser meio termo. Não é cidade grande, mas também não é pequena. Aqui faz frio, muito frio, mas também, faz calor, que calor!
Há comida chinesa, francesa, há churrasco de fronteira. Tem calmaria, agitação. Nas manhãs há ar puro nas esquinas, posso respirar, porque o cinza não tomou conta daqui. Tenho bons dias, boas noites... Não me imagino longe daqui, não me imagino longe de ti, Porto Alegre.
Aprendi a dizer: falastes, fizestes, ligastes... Pra mim, tu é um caminho, o meio, aqui me sinto e me vejo perto do mundo, perto de tudo. Estou em casa. Não é Nova Iorque, não é Uruguaiana, mas está entre elas. Por isso estou tranqüilo, ando a pé pelas ruas... Quero vivê-las.
Porto Alegre me atrai, ir assim te descobrindo aos poucos, como em um namoro. Não sei muito de ti, mas gosto assim, como vou levando. Mas não diga a ninguém.
Parabéns, Porto Alegre, tu me tem.

quarta-feira, 24 de março de 2010

O que Axl Rose tem a ver com Isabella Nardoni

Vivemos e morremos à luz de Debord. Exemplo estampado disso é o caso da menina Isabella Nardoni. Guy Debord foi um escritor francês, que dentro do seu portfólio, consta uma tal Sociedade do Espetáculo, teoria esta, que devia lhe conseguir emprego em qualquer lugar, se ainda existisse. A Sociedade do Espetáculo, resumindo toscamente, explica o mundo do espetáculo que vivemos cada vez mais. Tudo é atração e show. Não ficando fora disso, a tragédia alheia. Nas palavras do senhor Debord: “Toda a vida das sociedades nas quais reinam as condições modernas de produção se anuncia como uma imensa acumulação de espetáculos. Tudo o que era diretamente vivido se esvai na fumaça da representação.” O cara era bom, não?!
Isabella Nardoni, sofreu. E por incrível que pareça, quanto mais se descobre o quanto ela sofreu, mais espetáculo se torna. Ela foi espancada, estrangulada, agredida e ainda arremessada pela janela. Há quem compre ingresso pra ver. Não duvido que exista cambista na fila, vendendo “furo”. Uma indefesa menina que, na mão de um pai e uma madrasta desumanos, penou o que ninguém no mundo mereceria, exceto eles próprios, que lhe causaram isso.
A relação que aplico no título do texto é justamente para explicitar o quanto vivemos no ritmo: espetáculo, atrás de espetáculo. Isabella Nardoni já se foi, e há quem, assim como os fãs de Axl Rose, madrugue em uma fila, para ver o resultado de tudo isso. Pessoas sem ocupação e, em alguns casos, pessoas com ocupação que abrem mão de suas ocupações, para madrugar em uma fila e ver o espetáculo acontecer, como no show do ex/atual Guns.
No Jornal Hoje do dia 22 de março, fica evidente essa “espetacularização”, quando a repórter entrevista um homem do interior de São Paulo que viajou até lá para assistir ao desfecho. E ele disse, que onde mora, não há morte desse tipo, que lá, só existe árvore e passarinho.
Guy Debord, criou a teoria que é mãe do nosso cotidiano. Precisamos ter Axls Roses, Isabellas, Dourados brigando com Dicésares, ao vivo. Não vivemos sem um espetáculo, seja ele qual for. Já nos habituamos com isso e, tenho certeza, não saberemos mais viver apenas vendo árvores e passarinhos, nem que para isso tenhamos que viajar e faltar ao trabalho.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Não queria escrever sobre isso...

Por Deus. Gostaria muito de saber o que passam na cabeça dos nossos técnicos. Tamanha é minha revolta que não escreverei hoje, nem crônica, nem conto, nem ficção para explicar algo real. Se soubesse o que aconteceria, faria uma história possivelmente engraçada e provavelmente irônica e, lá no final, uniria isto ao nosso cotidiano, mas por Deus. Fossati e Silas não dá. Isso mesmo... Silas, não dá!
Tanto um quanto outro são criticados e muito pelos torcedores da dupla, e não era para menos, os dois causam irritação até em um mestre de Yôga.
Dias atrás acompanhando Inter e Cerro, percebi tudo o que um técnico não deve fazer.
Fossati no jogo em Rivera, foi vaiado em quase tudo o que fez, assim como Silas, que é vaiado na maioria dos jogos. Confesso, não gosto de postar esse tipo de texto, não foi pra isso que criei o blog, mas são inadmissíveis as decisões tomadas por nossos ténicos. Fossati, cria escalações e sistemas que não se encaixam e não são justificados nem taticamente e muito menos, tecnicamente. O técnico colorado entrou em campo com Alecsandro e Edu, sinceramente, não sei qual pode ser pior.
Não bastasse isso, no decorrer do segundo tempo ele tenta uma mudança, mais absurda ainda. Troca Giuliano e D’alessandro, os dois melhores jogadores do Inter, e coloca Tyson e Andrezinho. Tudo bem, aceito e concordo com os jogadores que entraram, mas como tirar dois meias armadores?! As duas maiores esperanças de gol do time. Os dois craques. De que adiantam três “atacantes”, se não há quem os alimente com qualidade?
Não podia haver outra saída. O Internacional permaneceu com a bola, mesmo dando mais chance ao Cerro e ainda ficava trocando passes entre seus zagueiros, não havia quem levasse a bola até a área adversária. Um final de jogo mais deprimente ainda. Como foi ontem, contra o Pelotas em casa, o Inter agrediu mas não efetivou suas inúmeras chegadas ao ataque e permitiu o empate do visitante nos últimos minutos.
Fica aqui meu protesto, não por ser Inter, não por ser Grêmio, mas por aceitar que clubes desse poder engulam esses treinadores, profissionais medíocres, pra não falar outra coisa. Posso agora, confirmar minha constatação: Colorados, enquanto estiverem Alecsandro e Edu em campo, esqueçam qualquer título neste ano. Libertadores, uma pinóia.

sexta-feira, 12 de março de 2010

O que nos dizem as botas...

Haviam umas botas. Que botas! Um par de botas que mereceria uma exposição exclusiva para si...Só não mereceu por não receber apoio do Ministério da Cultura. Porém convenhamos, há botas e botas. Algumas delas são extraordinárias. Qualquer destemida que calçá-la, estará pronta. Pronta pra tudo. Os pés, que nesse tipo de sola se aconchegam, estarão prestes a encarar algo novo. Até porque, inacreditáveis, são as botas. E inacreditável será aquela que dentro dela estará enraizada. Podia haver um ditado, se é que já não há, que cite: “diga-me o que calças, que te direi quem és”. Na verdade já existe um parecido.

Mas voltando as botas, elas diziam, e muito, sobre aquela criatura. Era uma bota enegrecida, assim como ela. Uma bota reluzente, assim como ela. E acima de tudo, a bota era roliça e torneada, assim como ela. Deve ter custado caro aquilo. Provavelmente lhe foi comprada por um de seus "súditos”.

O cano, da bota, era justo, calçado à vácuo. Se firmava na parte mais polpuda da panturrilha. Apertava de modo que o cano não escorregasse e também permitia que naquela panturrilha, pulsasse o sangue. E pulsava, com fervor. O cano era firme. E isso era bom.

Findando o cano, permanecia o cerne, o conteúdo, que assim como nos livros, é o que interessa, normalmente. Aquela tez lisa e curvilínea dava segmento a lisura e curvatura do cano, da bota. Quanta pressão. E a pressão seguia. Curva pra cima, curva pra baixo, intersecção. Todas fechadas, não havia naquele território, sequer, uma reta. E essa quantidade de curvas era coberta por um longo e espesso sobretudo. Aquele casacão, sobretudo, escondia o jogo e criava aflição em todos. Era impossível saber que tantas curvas se curvavam por debaixo daquela estupidez de casaco, sobretudo.

Mas o que realmente importa dessa história toda, não é a bota ou o cano. E nem o sobretudo, sobretudo.

É sim, a personalidade que aquele calçado trazia. Tenho absoluta certeza de que qualquer pessoa da face da Terra conseguiria descrever e entender de quem estávamos tratando. De qual moçoila teria a ousadia de comprar e principalmente, calçar seus pés 35/36 dentro daquela ofensa de calçado.

Com apenas uma parte daquilo que lhe vestia, já conseguiríamos descobrir de quem se tratava em questão. Em um close, em um fato.

E assim é Pato, Abbondanzieri. Há quem diga que sua contratação pelo Internacional foi errônea, por ser um goleiro velho, em fase decadente. Mas mesmo o Inter levando sufoco do medíocre Deportivo Quito, Pato mostrou porque é tão respeitado lá fora. Além das defesas, assim que percebeu o grave erro do árbitro no pênalti marcado, partiu pra cima do auxiliar, como todo bom argentino. Conseguiu fazer com que o árbitro voltasse atrás, humildemente. Se dependêssemos de Lauro, veríamos uma cara de injustiça e um gol a mais no score do adversário. Mas menos mal, que o Inter teve audácia e ousadia: comprou para si a bota da imponência, a bota da personalidade, que em um lance, justifica seu valor.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Simpatia necessária

Como faz bem uma gordinha...No inverno, nem se fala. Já quero esclarecer aqui, não há ironia nenhuma no que digo. Todas mulheres, leiam bem, todas, só serão perfeitas quando tiverem o espírito de uma fofinha.

Quando aliarem a beleza de uma mulher em forma com a simpatia de uma gordinha, daquelas que não se envergonham em comer maçã do amor e algodão doce. Quanta simpatia há entre aqueles dentes, naquelas bochechas lustrosas... Dentro daqueles anéis que percorrem a cintura, há felicidade em abundância. Aquela felicidade brota da alma, de quem pode comer sorvete de creme sem culpa. De quem não se importa em tomar um litro de coca por dia. De quem pede uma pizza mafiosa com borda de cheddar na terça e a deglute sem dó.

O que mais me agrada é o esforço de quando elas são testadas. Elas tem um ímpeto e uma altivez comparadas ao Guiñazú em campo. Raçudas são elas...E muito nos agradam. Quando surge uma oportunidade de conquistar um homem elas a encaram com um desafio, o último. E vão pra cima, ah vão!

Todo mundo, embora negue, prefere uma gordinha feliz ao lado, do que uma sarada chata. Que passa o tempo inteiro falando de si e dizendo ser melhor das demais. Não é... Elas puxam o lençol e empurram da cama, por outro lado as gordinhas agradam, aquecem e mimam mais do que uma avó.

Assim são elas, felizes e esforçadas e isso faz muita gente feliz, também.

Muitas vezes o que precisamos não são de pessoas de outro mundo, de figuras intocáveis e sim de esforço e dedicação. Feliz é o homem que junta suas escovas com uma gorduchinha. Pois ela, com certeza, dará tudo que ele precisa, e ainda com felicidade e boa vontade.

E assim, é a dupla grenal. Em muitas posições eles deixam a desejar por não terem nome de peso. Tanto Grêmio, quanto Inter, em muitas posições não tem grandes jogadores de fama internacional. Mas tem as “gordinhas” do futebol brasileiro, como todos clubes.

Nei, Andrezinho, Ferdinando, Jonas... Não tem grande sucesso, não são craques, mas estão ali... Felizes e esforçados, como as gordinhas. E o clube de futebol só terá absoluto sucesso quando conseguir um craque – comparado à modelo – com o esforço e a boa vontade de um Nei ou de um Jonas, as simpáticas rechonchudas do futebol brasileiro.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Retrocesso futebolístico

O Brasil tem um futebol de primeiro mundo e isso é indiscutível. Pentacampeão, celeiro dos maiores craques da história, o país do futebol. O país que tomou para si o esporte inventado pela Inglaterra, que por sua maestria se tornou o esporte mais popular do mundo. Assim como a economia da nossa mãe pátria evolui, evolui também o poder financeiro dos clubes que temos, o que outrora era motivo de tristeza. Só tínhamos alegrias quando eles vestiam a verde-amarela, a única forma de termos era prendendo-os por sua naturalidade. Mesmo assim, alguns buscavam formas alternativas de naturalizar-se em outras nações e vestir camisas de outros tons.

Embora perdêssemos em qualidade nos campeonatos nacionais, ganhávamos em novas chances para recém lançados craques, trazíamos retorno financeiro para os clubes que os lançavam e nos arrastávamos em busca de clubes de primeiro mundo. Pois bem, cá estamos.

O Brasil em 2010, pode contar com, no mínimo, cinco clubes de ponta. Clubes que em qualquer competição internacional não passariam vergonha, pois teriam dispostos nos certames qualidade e técnica que vertem desses pés milionários.

Os cinco clubes brasileiros que disputam a libertadores têm um poderio inigualável aos demais países. E dentro do Brasil, há mais três ou quatro clubes que possuem força tal qual estas equipes. Isso motiva e fortalece o futebol brasileiro e devemos nos orgulhar disso.

Mas como sempre tem o porém, ainda mais tratando-se de Brasil. Devemos punir e combater quem atrasa o futebol que evolui. O que mais preocupa é que isto não está dentro de campo, está fora. Vestem terno, gravata e alguns costumam fumar charuto e beber uísque à noite. Muitos dos cartolas atrapalham o futebol, mas não devemos condenar à todos, afinal essa evolução se deve à alguns deles também.

Tomamos como exemplo o caso da dupla grenal. Não vou aqui defender só Grêmio ou só Inter, até porque os dois sofreram desse mal. Ano passado o Grêmio se viu prejudicado, esse ano o colorado. Por obrigação e auto defesa os dois escalaram reservas para as competições de menor proporção e, de certa forma, abriram mão destes títulos. Até aí tudo bem, tudo deve ser colocado em grau de prioridades e nenhum clube em sã pretensão daria prioridade a um campeonato estadual ao invés de um internacional. O que revolta é a mesquinhez de quem tem o poder na mão de ajudar aos nossos e não faz por onde. Como exemplo, em 2008, Giovanni Luigi foi até o Paraguai na sede da Conmebol pedir um “adiamento” na estréia do Inter, e Conmebol o cedeu. O Inter fará sua estréia na penúltima partida da primeira fase. Em contraponto, a Federação Gaúcha de Futebol, não abriu mão da data da semifinal e bateu o martelo, o jogo é no domingo. Fica a questão: a Confederação Sulamericana é humanitária com um clube e de quem esperamos apoio, afinal Grêmio ou Inter são, acima de tudo, gaúchos, prefere cruzar os braços e desfavorecer a equipe deste chão. Quero deixar bem claro, não defendo o Internacional, defendo também o Grêmio, porque acima de tudo há humanidade e também, bom senso.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

As ironias de um Grenal

A turnê do clássico

Grenal em Erechim virou rotina. Deveríamos transferir os dois clubes para lá. O mais curioso, é que há a possibilidade de um próximo Grenal ser disputado no Paraná. Seria uma turnê Grenal. Um show. Itinerante.

Grenal fora de Porto Alegre, seja n Olímpico ou no Beira Rio, não é Grenal... De que adianta fazer em Erechim se grande parte do público sai da capital para ir até lá? É triste o Brasil ter de assisitir o Grenal em um estádio com cerca de arame e com um público de jogo interiorano. Cogito a hipótese de tentarmos trazer um Barcelona x Real Madri pra Porto Alegre.

Apatia

Este Grenal foi improvável e irônico, demais. Quem imaginaria um Grenal sem expulsos, sem empurra-empurra. Parecia um amistoso. Os dois times respeitando-se. Sem atacar demais, sem se expor demais, cautelosos demais, chatos demais. Monótonos.

O jogo de compadres se deu através dos esquemas de Fossati e Silas. 3-5-2. Os alas atacando e ao mesmo tempo se protegendo, sem se jogar com autoridade. As oportunidades surgiram remotas. Os 10 primeiros minutos, sim, foram da altura. Os demais, pareciam os amistosos da seleção. Muita qualidade e pouca objetividade. Muitos “nomes” e também muita apatia. Mas convenhamos, a qualidade técnica da dupla está muito além dos anos anteriores, principalmente pela parte do Grêmio, que esteve com um grupo aquém do seu potencial. Tanto que se mostrou mais presente, comparado aos demais clássicos.

Destaques

Destaco dois grandes jogadores. Lúcio pelo lado do Grêmio. Rápido e liso, Lúcio tem movimentação típica de ala, é muito perigoso. Complicado bloqueá-lo. Se mantiver seqüência, será a melhor arma do Grêmio no ano. Outro destaque, Victor. Está com carimbo para a Copa, defendeu e evitou dois ou três gols colorados, que mudariam o andar do clássico.

Pelo lado do Inter, Sandro. Volante tradicional, alto, com qualidade de passe, joga de cabeça erguida. Sabe tanto marcar, como sair jogando. Com o estilo muito parecido de Zidane, Sandro depende só dele para ir à África. Giuliano é outro futuro craque. Armador completo. Habilidoso de dribles curtos, liso, sabe chegar à frente e quando chega sempre leva perigo.

Ironias finais

Mas seguimos com as ironias. Citando a trapalhada de Silas (sobrou pra mim) fazendo uma alteração, quando Souza estava machucado, tirando um jogador que estava em campo. Resultado, o Grêmio ficou quase 10 minutos com um jogador a menos. Sobrou para o médico, que levou a culpa pelo engano.

Devo citar que as principais ironias do clássico, que me motivaram a escrever. Foram os jogadores. De um lado Jonas, do outro Alecsandro. Adorados pela torcida, rival, é claro. Todo colorado adorava o Jonas, todo gremista adorava o Alecsandro. Ano passado.

Foram disparados os destaques do clássico. Jonas pela atuação e Alecsandro pelo gol.

O mais perigoso jogador do Grêmio, Jonas - o que não entendo é o porquê de Silas tê-lo sacado, colocando Hugo, sem ritmo algum -. O outrora anti-gol, Jonas, hoje é mais do que Borges. Engraçado ver ele como destaque e homem gol. Do mesmo modo que Alecsandro. O antes, bisonho, agora decidiu. É triste ver que daqui pra frente teremos que admitir a maior das ironias do futebol.

O Grêmio e o Inter, dependem de Jonas e Alecsandro.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O homem falha

Todos homens falham. Falham feio. E é nessa infelicidade que vivemos. A infelicidade das falhas. Passamos a vida acertando, mas sabemos que um dia iremos falhar e aguardamos covardes por isso. Tenho certeza que sim. Para todos aqueles que estão pensando em relação sexual, devo citar que não me refiro isso. Embora todos tenham pensado nesse assunto lendo esta introdução. Maliciosos.

Sei que estou parecendo pessimista, mas não, é a realidade. Tu que estás lendo agora, convicto de que não falha, ou pelo menos, nunca falhou. Tu vai falhar. Ahh vai.

Quero aqui esclarecer de que eu não falhei. Pelo menos não uma falha grave, eu espero. Mas cheguei a esta conclusão vendo recentes falhas de quem eu sempre acreditei que não falharia. Portanto sei que falharei também. A falha só surge quando temos sucesso, pois quem não tem, não falha, simplesmente vive ao lado dela. Obviamente a falha só repercute quando não a esperamos. Já dizia o pensador Homer J. Simpson: “A iniciativa é o primeiro passo para o fracasso.” Pessimismo? Não. Realismo? Provavelmente.

Cito aqui quem eu imaginava que não falharia e falhou: Tiger Woods. Um dos homens mais ricos do mundo, melhor golfista de todos os tempos. Para os comuns, um exemplo de homem. Porém, já vinha falhando... Não era de hoje que falhava. Agora descobriram suas falhas e o colocaram em uma clínica, o que sinceramente, acho que seria curado com muito mais facilidade em um ou dois carnavais no Rio.

Paulo Sant’Ana é outro cidadão que também me aborreceu. Embora gremista, sempre defendeu ideais que todos abraçavam, inclusive eu. Liberdade, ética e todas aquelas coisas que sempre queremos e que nos fazem bem. Até o dia em que protestou contra as coxas grossas.

Com tantos políticos e centroavantes que merecem protesto de ordem e voz, Sant’Ana protesta contra as inofensivas coxas grossas. O que seria de nós, homens, contra as coxas, grossas. Ferramentas que são tão ou mais fundamentais que as ancas, largas. Não declaro aqui protesto contra as coxas mais esbeltas, muito pelo contrário. Mulher nenhuma merece protesto contra suas coxas. Coxas são patrimônio histórico e cultural do Brasil. Sejam elas grossas, finas, lisas, ásperas, com ou sem penugem, penugem dourada ou não. Coxas são coxas. Que proteste então contra as coxas masculinas, que assim como os mamilos, para nada servem. A mulher e tudo que ela comporta, tem serventia. Diferente do homem, que é quase que inútil. Lanço aqui uma campanha: “Viva as coxas!” Quebraremos esse preconceito, por todos os lados.

Contra minha vontade, volto as falhas. Se dependesse de mim falaria páginas sobre coxas, apenas para mostrar como elas não devem ser achincalhadas.

E acreditando nessa teoria, finco os pés, dizendo que se Tiger Woods e Paulo Sant’Ana falham, eu, tu, nós, vós e eles, vamos falhar também.