terça-feira, 23 de junho de 2009

Um pouco de poesia...

É o mais claro retrato
Do Rio Grande, estampado
Um tanto meio tapado
Outro tanto descoberto
Neste imenso deserto
Avermelhado de brasa
Que a cada dia se casa
Com o horizonte, aberto

Lá se encontra os perdidos
Então, o sonho termina
Seguindo a mesma sina
De quem venceu uma etapa
Esta paisagem farrapa
Pintada pela mão santa
Onde a noite, se levanta
E o sol, logo se tapa

É completo o ambiente
E o desenrolar da cena
A lua calma e pequena
Redonda, toda prateada
Sobe, toda cercada
Por estrelas companheiras
que nasceram, altaneiras
e opostas das cascatas.

O outrora, imponente sol
Se parece, agora, frágil
E sabendo do presságio
se afoga, lentamente
nos mostrando então, que sente
que a missão foi repassada
assim, como a passarada
que troca, quem vai a frente...

Modificando o cenário
De forma tão gradativa
A natureza, criativa
Vai transformando o ambiente
Mudando, assim como a gente
Pela metamorfose da vida
Que nos mostra em seguida
Quando o sol, vira poente.


O lugar é primoroso
É satisfeito e completo
O vermelho deste teto
Se mergulha no Uruguai
E distante, então se vai
Pairando sobre as aguadas
E então, nas madrugadas,
Depois que a noite cai
A lua ali se atrai
E faz paisagens prateadas.

Pôr-do-sol da fronteira

quanto me possibilita,
da imensidão, infinita
fazer brotar pensamentos
reviver os sentimentos
que pensei, nunca lembrar
mas que não tardam voltar
pois vêm, montados no vento!