terça-feira, 6 de julho de 2010

Graças a Felipe Melo, Uruguai.

Aonde foi que erramos? Caímos novamente nas quartas. Agora para a Holanda, que convenhamos, é boa, mas não é a laranja mecânica. Apontar erros mínimos é dever cumprido por todos. O brasileiro é perito nisso, em julgamento. Pena que fora da justiça.
Certou ou errado, condenável ou não deveríamos aprender um pouco com os Argentinos. Enquanto muitos levavam bolos e pressionavam os brasileiros em sua chegada os hermanos cantavam músicas de apoio e felicitavam aqueles que foram derrotados, a essência do fair play, entre equipe e torcida.
Tratamos de um caso em especial, e não podia ser diferente: Felipe Melo. O centro do time foi também o centro das críticas e fracassou. Assim é com todos aqueles que já iniciam um objetivo com pensamento negativo e com quase 200 milhões duvidando do seu potencial. Exemplo disso, foi a discussão do jornalista Paulo Vinícius Coelho, o PVC, da ESPN, minutos após a convocação do volante. Onde se deu uma discussão pesada, graças a contestação da convocação do jogador. Péssimo incentivo para aquele que está indo defender uma nação. Não havia necessidade e, se houvesse, não era o momento.
Felipe Melo, não foi o da Seleção que Dunga tanto elogiava, o volante foi o mesmo da Europa que lhe rendeu o título de pior em sua posição no campeonato italiano. Quem sabe por ser limitado, quem sabe por sentir o peso da amarelinha. Provavelmente por saber que, quem devia, embora desconfiado, apoiar e acreditar no seu - contestado - potencial já dava a bola como perdida antes de passar pelos pés do volante.
O Brasil pelo que se viu, foi superior no primeiro e inferior no segundo. Contudo Felipe Melo teve um acerto decisivo (o passe para Robinho) e dois erros decisivos, somados a sua expulsão, o que para muitos foi um alívio.
O que nos consolou foi ver bravura, o espírito guerreiro – e brahmeiro – que o Brasil vestiu a seleção e que rendeu, e ainda rende, milhões a Brahma. Diferente de 2006 morremos como heróis, não houve riso ao final, houve choro. O que entristece é saber daqueles que esperaram uma vida para estar lá e entregaram-na durante o jogo, como Lúcio, Júlio César e todos os que honram Pelé, Garrincha, Zico... Ficou também o consolo de ver os argentinos caírem de forma mais expressiva diante da Alemanha, provável campeã.
Dos quatro sul-americanos que chegaram às quartas, restou apenas um. O pior colocado nas eliminatórias, porém o mais honrado – e sortudo – de todos. É o menos cotado ao título dos semifinalistas, mas é o que nos resta e desde os erros do Felipe Melo, me dedico a cantar bravamente: Soy Celeste, soy Celeste, Celeste soy yo...” ou então: “Volveremos, volveremos, volveremos otra vez, volveremos ser campeones, como en la primera vez.”