terça-feira, 23 de junho de 2009

Um pouco de poesia...

É o mais claro retrato
Do Rio Grande, estampado
Um tanto meio tapado
Outro tanto descoberto
Neste imenso deserto
Avermelhado de brasa
Que a cada dia se casa
Com o horizonte, aberto

Lá se encontra os perdidos
Então, o sonho termina
Seguindo a mesma sina
De quem venceu uma etapa
Esta paisagem farrapa
Pintada pela mão santa
Onde a noite, se levanta
E o sol, logo se tapa

É completo o ambiente
E o desenrolar da cena
A lua calma e pequena
Redonda, toda prateada
Sobe, toda cercada
Por estrelas companheiras
que nasceram, altaneiras
e opostas das cascatas.

O outrora, imponente sol
Se parece, agora, frágil
E sabendo do presságio
se afoga, lentamente
nos mostrando então, que sente
que a missão foi repassada
assim, como a passarada
que troca, quem vai a frente...

Modificando o cenário
De forma tão gradativa
A natureza, criativa
Vai transformando o ambiente
Mudando, assim como a gente
Pela metamorfose da vida
Que nos mostra em seguida
Quando o sol, vira poente.


O lugar é primoroso
É satisfeito e completo
O vermelho deste teto
Se mergulha no Uruguai
E distante, então se vai
Pairando sobre as aguadas
E então, nas madrugadas,
Depois que a noite cai
A lua ali se atrai
E faz paisagens prateadas.

Pôr-do-sol da fronteira

quanto me possibilita,
da imensidão, infinita
fazer brotar pensamentos
reviver os sentimentos
que pensei, nunca lembrar
mas que não tardam voltar
pois vêm, montados no vento!

terça-feira, 16 de junho de 2009

Tecnologia, bom ou ruim?

Afinal, a tecnologia vem para o bem ou para o mal? Vivemos na era em que a tecnologia cresce mais do que bolo de tia. A sua constante e incessante evolução nos admira e ao mesmo tempo, nos preocupa. Observando a linha do tempo da sétima série, notamos que na antigüidade (nunca abandonarei o trema), a evolução do homem e de suas descobertas se arrastam, vagarosa e lentamente, igual ao Tcheco e ao Andrézinho. Nas descobertas do homem, vemos a invenção da roda, da escrita, do telefone... Todos os passos calculados e principalmente, respeitados. Era tudo feito com precisão e cautela. O homem, mesmo que primata, sabia que não poderia dar o passo maior do que a perna, sabia também que não poderia inventar o celular, se a oi não estava lá para desbloquear o seu aparelho. Havia o respeito, pelo tempo e pela nossa evolução. E é esse respeito pelo tempo, que dava segurança para descobertas e inventos, eram dezenas, centenas, milhares de anos para evoluir de um invento para outro.
Hoje, tudo é para ontem. São milhares, centenas e até mesmo dezenas de segundos para nossa tecnologia ser ultrapassada. Bill Gates e Steve Jobs travam uma batalha tecnológica, para ver qual dos dois fazem mais japoneses correr para as lojas. É a era do consumo, da tecnologia, do “já”. Concordamos que, às vezes, a tecnologia nos ajuda, como por exemplo, no pênalti de ontem contra o Egito. Se não fosse a tecnologia, estávamos na história, como arruinados. Mas se o Brasil respeitasse sua evolução e a evolução do Egito, com certeza não dependeríamos da “mãe tecnologia” para fazer um gol de pênalti aos 45 do segundo tempo. Portanto, a tecnologia vem nos beneficiar e muito, mas devemos saber fazer uso dela, com cautela e também, com consciência para sempre que permitido, termos autoridade e maturidade para resigná-la. Afinal, porque mandar um email para quem está na sala ao lado?
Em síntese, não é sempre que a tecnologia é conveniente. Mas também, ela não é o mal do século. Devemos é saber, quais são os benefícios que ela nos traz: o “um pouco do todo” (modéstia), o pênalti contra o Egito e também, a interatividade. Porém, devemos ter cuidado. Até porque, o saudoso Einstein alertou: “Não sei como será a terceira guerra, porém posso afirmar que a quarta será com paus e pedras.”
Quem sabe, voltaremos às cavernas, e tudo recomece. Uma nova chance. Com pedras, paus, cavernas, e obviamente sem email, sem a Oi... Ahh, e também sem o "um pouco do todo".

segunda-feira, 8 de junho de 2009

É a malemolência...

Havia uma frase, que de tão correta e oportuna, virou um jargão. Pra falar a verdade, foi a frase mais bem dita e elaborada que ouvi na vida. Quando utilizada com sabedoria, dizia tudo, tudo. Mesmo sem dizer nada. Sintética, oração curta, direta, objetiva! Apenas três palavras, palavras de efeito. Ao mesmo tempo que utilizava da obviedade, tinha grande porção de malandragem e muita malemolência.
Nunca vi fazer mal a ninguém. Muito pelo contrário, causava felicidade e euforia, por quem era dita e por quem era ouvida. Dava mais “graça à cousa”, que frase! Parávamos, olhávamos engatilhávamos e soltávamos: Morena, é dez! Ahhh! Quanta alegria. O criador da mesma, era o que mais sabia usá-la; pois havia sempre, uma entonação diferente a ser usada, um timbre, uma pausa.
A morena? A morena reagia, feliz, saltitante, serelepe e sorrateira. Se estivesse rebolando, após a frase parecia que perdia os ossos, e se mexia. Ahh, se mexia! Era uma festa.
Pra falar a verdade nunca vi a frase realmente render, mas mesmo isso não acontecendo ela não perdia o seu brilho. Muitas vezes saímos tranqüilos, sem obrigação alguma de fazer a "coisa render". Nos preparámos física e psicológicamente para apenas chegar no local, dizer a célebre frase e voltarmos radiantes para casa. Assim é a vida. Deve ser tudo planejado e calculado. Esta frase com certeza, foi pensada por anos e anos, reformulada, reconstituída, para finalmente ser o que é.
E para falar a verdade, tão importante quanto a sabedoria para a criação da frase, é necessário o chamado felling, de quem a utiliza, pois o contexto, o momento deve ser oportuno. É exatamente daí, que as frases tiram seu valor e seu poder. Saber dizer a coisa certa, no momento certo e principalmente, pela pessoa certa.
Semana passada ouvi uma frase assim. Dita por uma de nossas infinitas "morenas 10". Luana Piovani, após o lançamento do seu novo e grande filme, "A Mulher Invisível" citou: "milhares já brocharam comigo". Todo mundo sabe o que ela quis dizer, mas por falta da malemolência, que sobrava à "morena, é dez", Luana Piovani penou, e abriu margem para todos nós fazermos um cálculo, de que sua experiência se dá com no mínimo três zeros atrás. Quanta inocência Lu... Esta frase, teve tudo. Personagem adequado, contexto/tema adequado e também a época ideal. Faltou apenas uma coisa, quem sabe o mais importante ingrediente: malemolência. A malemolência que sobrou à Nilton Santos na Copa de 1962, quando deu um passo a frente e fez dum penalti uma falta. Mas finalizando, o único conselho que posso dar à nossa adorada Luana, é deixar de lado esses milhares e treinar um pouco mais sua malemolência, claro que no português, porque fora disso, ela tem de sobra...Afinal, Luana, é 10!