segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Retrocesso futebolístico

O Brasil tem um futebol de primeiro mundo e isso é indiscutível. Pentacampeão, celeiro dos maiores craques da história, o país do futebol. O país que tomou para si o esporte inventado pela Inglaterra, que por sua maestria se tornou o esporte mais popular do mundo. Assim como a economia da nossa mãe pátria evolui, evolui também o poder financeiro dos clubes que temos, o que outrora era motivo de tristeza. Só tínhamos alegrias quando eles vestiam a verde-amarela, a única forma de termos era prendendo-os por sua naturalidade. Mesmo assim, alguns buscavam formas alternativas de naturalizar-se em outras nações e vestir camisas de outros tons.

Embora perdêssemos em qualidade nos campeonatos nacionais, ganhávamos em novas chances para recém lançados craques, trazíamos retorno financeiro para os clubes que os lançavam e nos arrastávamos em busca de clubes de primeiro mundo. Pois bem, cá estamos.

O Brasil em 2010, pode contar com, no mínimo, cinco clubes de ponta. Clubes que em qualquer competição internacional não passariam vergonha, pois teriam dispostos nos certames qualidade e técnica que vertem desses pés milionários.

Os cinco clubes brasileiros que disputam a libertadores têm um poderio inigualável aos demais países. E dentro do Brasil, há mais três ou quatro clubes que possuem força tal qual estas equipes. Isso motiva e fortalece o futebol brasileiro e devemos nos orgulhar disso.

Mas como sempre tem o porém, ainda mais tratando-se de Brasil. Devemos punir e combater quem atrasa o futebol que evolui. O que mais preocupa é que isto não está dentro de campo, está fora. Vestem terno, gravata e alguns costumam fumar charuto e beber uísque à noite. Muitos dos cartolas atrapalham o futebol, mas não devemos condenar à todos, afinal essa evolução se deve à alguns deles também.

Tomamos como exemplo o caso da dupla grenal. Não vou aqui defender só Grêmio ou só Inter, até porque os dois sofreram desse mal. Ano passado o Grêmio se viu prejudicado, esse ano o colorado. Por obrigação e auto defesa os dois escalaram reservas para as competições de menor proporção e, de certa forma, abriram mão destes títulos. Até aí tudo bem, tudo deve ser colocado em grau de prioridades e nenhum clube em sã pretensão daria prioridade a um campeonato estadual ao invés de um internacional. O que revolta é a mesquinhez de quem tem o poder na mão de ajudar aos nossos e não faz por onde. Como exemplo, em 2008, Giovanni Luigi foi até o Paraguai na sede da Conmebol pedir um “adiamento” na estréia do Inter, e Conmebol o cedeu. O Inter fará sua estréia na penúltima partida da primeira fase. Em contraponto, a Federação Gaúcha de Futebol, não abriu mão da data da semifinal e bateu o martelo, o jogo é no domingo. Fica a questão: a Confederação Sulamericana é humanitária com um clube e de quem esperamos apoio, afinal Grêmio ou Inter são, acima de tudo, gaúchos, prefere cruzar os braços e desfavorecer a equipe deste chão. Quero deixar bem claro, não defendo o Internacional, defendo também o Grêmio, porque acima de tudo há humanidade e também, bom senso.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

As ironias de um Grenal

A turnê do clássico

Grenal em Erechim virou rotina. Deveríamos transferir os dois clubes para lá. O mais curioso, é que há a possibilidade de um próximo Grenal ser disputado no Paraná. Seria uma turnê Grenal. Um show. Itinerante.

Grenal fora de Porto Alegre, seja n Olímpico ou no Beira Rio, não é Grenal... De que adianta fazer em Erechim se grande parte do público sai da capital para ir até lá? É triste o Brasil ter de assisitir o Grenal em um estádio com cerca de arame e com um público de jogo interiorano. Cogito a hipótese de tentarmos trazer um Barcelona x Real Madri pra Porto Alegre.

Apatia

Este Grenal foi improvável e irônico, demais. Quem imaginaria um Grenal sem expulsos, sem empurra-empurra. Parecia um amistoso. Os dois times respeitando-se. Sem atacar demais, sem se expor demais, cautelosos demais, chatos demais. Monótonos.

O jogo de compadres se deu através dos esquemas de Fossati e Silas. 3-5-2. Os alas atacando e ao mesmo tempo se protegendo, sem se jogar com autoridade. As oportunidades surgiram remotas. Os 10 primeiros minutos, sim, foram da altura. Os demais, pareciam os amistosos da seleção. Muita qualidade e pouca objetividade. Muitos “nomes” e também muita apatia. Mas convenhamos, a qualidade técnica da dupla está muito além dos anos anteriores, principalmente pela parte do Grêmio, que esteve com um grupo aquém do seu potencial. Tanto que se mostrou mais presente, comparado aos demais clássicos.

Destaques

Destaco dois grandes jogadores. Lúcio pelo lado do Grêmio. Rápido e liso, Lúcio tem movimentação típica de ala, é muito perigoso. Complicado bloqueá-lo. Se mantiver seqüência, será a melhor arma do Grêmio no ano. Outro destaque, Victor. Está com carimbo para a Copa, defendeu e evitou dois ou três gols colorados, que mudariam o andar do clássico.

Pelo lado do Inter, Sandro. Volante tradicional, alto, com qualidade de passe, joga de cabeça erguida. Sabe tanto marcar, como sair jogando. Com o estilo muito parecido de Zidane, Sandro depende só dele para ir à África. Giuliano é outro futuro craque. Armador completo. Habilidoso de dribles curtos, liso, sabe chegar à frente e quando chega sempre leva perigo.

Ironias finais

Mas seguimos com as ironias. Citando a trapalhada de Silas (sobrou pra mim) fazendo uma alteração, quando Souza estava machucado, tirando um jogador que estava em campo. Resultado, o Grêmio ficou quase 10 minutos com um jogador a menos. Sobrou para o médico, que levou a culpa pelo engano.

Devo citar que as principais ironias do clássico, que me motivaram a escrever. Foram os jogadores. De um lado Jonas, do outro Alecsandro. Adorados pela torcida, rival, é claro. Todo colorado adorava o Jonas, todo gremista adorava o Alecsandro. Ano passado.

Foram disparados os destaques do clássico. Jonas pela atuação e Alecsandro pelo gol.

O mais perigoso jogador do Grêmio, Jonas - o que não entendo é o porquê de Silas tê-lo sacado, colocando Hugo, sem ritmo algum -. O outrora anti-gol, Jonas, hoje é mais do que Borges. Engraçado ver ele como destaque e homem gol. Do mesmo modo que Alecsandro. O antes, bisonho, agora decidiu. É triste ver que daqui pra frente teremos que admitir a maior das ironias do futebol.

O Grêmio e o Inter, dependem de Jonas e Alecsandro.