Vivemos e morremos à luz de Debord. Exemplo estampado disso é o caso da menina Isabella Nardoni. Guy Debord foi um escritor francês, que dentro do seu portfólio, consta uma tal Sociedade do Espetáculo, teoria esta, que devia lhe conseguir emprego em qualquer lugar, se ainda existisse. A Sociedade do Espetáculo, resumindo toscamente, explica o mundo do espetáculo que vivemos cada vez mais. Tudo é atração e show. Não ficando fora disso, a tragédia alheia. Nas palavras do senhor Debord: “Toda a vida das sociedades nas quais reinam as condições modernas de produção se anuncia como uma imensa acumulação de espetáculos. Tudo o que era diretamente vivido se esvai na fumaça da representação.” O cara era bom, não?!
Isabella Nardoni, sofreu. E por incrível que pareça, quanto mais se descobre o quanto ela sofreu, mais espetáculo se torna. Ela foi espancada, estrangulada, agredida e ainda arremessada pela janela. Há quem compre ingresso pra ver. Não duvido que exista cambista na fila, vendendo “furo”. Uma indefesa menina que, na mão de um pai e uma madrasta desumanos, penou o que ninguém no mundo mereceria, exceto eles próprios, que lhe causaram isso.
A relação que aplico no título do texto é justamente para explicitar o quanto vivemos no ritmo: espetáculo, atrás de espetáculo. Isabella Nardoni já se foi, e há quem, assim como os fãs de Axl Rose, madrugue em uma fila, para ver o resultado de tudo isso. Pessoas sem ocupação e, em alguns casos, pessoas com ocupação que abrem mão de suas ocupações, para madrugar em uma fila e ver o espetáculo acontecer, como no show do ex/atual Guns.
No Jornal Hoje do dia 22 de março, fica evidente essa “espetacularização”, quando a repórter entrevista um homem do interior de São Paulo que viajou até lá para assistir ao desfecho. E ele disse, que onde mora, não há morte desse tipo, que lá, só existe árvore e passarinho.
Guy Debord, criou a teoria que é mãe do nosso cotidiano. Precisamos ter Axls Roses, Isabellas, Dourados brigando com Dicésares, ao vivo. Não vivemos sem um espetáculo, seja ele qual for. Já nos habituamos com isso e, tenho certeza, não saberemos mais viver apenas vendo árvores e passarinhos, nem que para isso tenhamos que viajar e faltar ao trabalho.
Isabella Nardoni, sofreu. E por incrível que pareça, quanto mais se descobre o quanto ela sofreu, mais espetáculo se torna. Ela foi espancada, estrangulada, agredida e ainda arremessada pela janela. Há quem compre ingresso pra ver. Não duvido que exista cambista na fila, vendendo “furo”. Uma indefesa menina que, na mão de um pai e uma madrasta desumanos, penou o que ninguém no mundo mereceria, exceto eles próprios, que lhe causaram isso.
A relação que aplico no título do texto é justamente para explicitar o quanto vivemos no ritmo: espetáculo, atrás de espetáculo. Isabella Nardoni já se foi, e há quem, assim como os fãs de Axl Rose, madrugue em uma fila, para ver o resultado de tudo isso. Pessoas sem ocupação e, em alguns casos, pessoas com ocupação que abrem mão de suas ocupações, para madrugar em uma fila e ver o espetáculo acontecer, como no show do ex/atual Guns.
No Jornal Hoje do dia 22 de março, fica evidente essa “espetacularização”, quando a repórter entrevista um homem do interior de São Paulo que viajou até lá para assistir ao desfecho. E ele disse, que onde mora, não há morte desse tipo, que lá, só existe árvore e passarinho.
Guy Debord, criou a teoria que é mãe do nosso cotidiano. Precisamos ter Axls Roses, Isabellas, Dourados brigando com Dicésares, ao vivo. Não vivemos sem um espetáculo, seja ele qual for. Já nos habituamos com isso e, tenho certeza, não saberemos mais viver apenas vendo árvores e passarinhos, nem que para isso tenhamos que viajar e faltar ao trabalho.
Um comentário:
Andamos tão alienados que os valores da nossa sociedade estão completamente às avessas: diversão não é mais conversar sobre coisas agradáveis, a tranqüilidade já saiu de moda. Gostamos é do que nos perturba. Quando abrimos o jornal ou ligamos a televisão vemos 6 tragédias em 10 notícias, as outras 4 passam despercebidas - coisa boa parece não interessar -, o auge da novela é quando há cenas de discussão ou briga e agora há gente que fique horas numa fila pra testemunhar o trágico desfecho da morte de uma criança.
Passamos a nos ater só no que é ruim, e se a tragédia acontecer com o vizinho, melhor ainda: programa garantido sem precisar ligar a tv ou sentir na pele de fato. Precisamos mesmo é cair na real ou, daqui a pouco, a entrada pra esses espetáculos sangrentos vai ser franca e anormal vai ser aquele que não tem sangue frio e não atira os outros pela janela.
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