terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Entre peripécias e imperícias

Há poucos dias foi notícia, nos jornais nacionais, as trapalhadas dos bandidos que resolveram assaltar um banco. Assim como nos programas americanos em que sempre o bandido se dá mal, os assaltantes planejaram assaltar um banco, ao não conseguir arrombar o cofre, o colocaram no porta-malas de um carro e saíram. Até aí tudo bem.

Uma série de trapalhadas tornou a tragédia, uma piada.

1- Os assaltantes saíram com o cofre e o porta-malas aberto.

2- Bateram o carro.

3- Assaltaram um novo carro.

4- Transferiram o cofre (para outro porta-malas aberto).

5- Passearam por duas cidades. Até atolarem o carro e serem capturados pela polícia.

Como devemos cumprir os ditos populares, cada povo tem o governo que merece. Assim são os nossos líderes. Ladrões. E mais que ladrões, humoristas. Eles conseguem exprimir de nós, expectadores, raiva e alegria. Como é deprimente e engraçado ver os engravatados enfiando dinheiro em cuecas, meias, e outras roupas íntimas.

Sinceramente, se eles quisessem roubar, desviariam dinheiro diretamente nas contas. Milhões, em “crédito” e não em dinheiro físico. Os políticos brasileiros não querem magoar e nem aumentar a miséria do povo, eles querem ver todos rindo e claro, estão recebendo para isso. Pena que o cachê que eles cobram é alto.

E assim como as peripécias e trapalhadas dos assaltantes do cofre, eles conseguem piorar ainda mais a situação. Aplicam desculpas inimagináveis e as justificam das mais engraçadas formas, como a das compras dos panetones.

Tenho certeza, o povo tem o governo que merece. Burro e ladrão.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A paz mundial está perto!

Todo mundo implora por dias de paz. Todo mundo tem ânsias para o dia em que a paz irá reinar no mundo. Não haverão guerras, nem desigualdade. Andaremos todos juntos, de mãos dadas. Quem sabe até, cantando canções natalinas. Esqueceremos as maldades, o desrespeito, as guerras mundiais, os mensalões...
Protestos não existirão. Seremos amigos, irmãos, próximos. O mundo inteiro irá partilhar da mesma compaixão e união com que os gaúchos rodam a cuia nos encontros regados a chimarrão. Existe a possibilidade de o mundo até se tornar monótono e chato de tão perfeito. Porque todo mundo sabe, o perfeito é chato. Inquietante.
E, pasmem, eu sei o dia em que a paz mundial pode chegar. Claro, não é certo. Mas pode acontecer. Está perto!
Se o fim do mundo é em 2012, como o previsto, eu estou prevendo o dia que a paz mundial chegará. A hora, também.

Agora. Domingo. Neste mesmo. Exatamente às 19:00, horário de Brasília, inclusive.

Se o Grêmio empatar, ao menos, com o Flamengo estará declarada a paz mundial! A maior rivalidade do mundo, pode se unir. Não há maior rivalidade do que o Grenal. Não tem nem Boca nem River. Nem Real Madrid nem Barcelona. Não só no futebol, no mundo também. Ou vai me dizer que a briga do Iraque com os Estados Unidos é maior do que a do Guiñazu com o Souza? Acho que não.

O destino da humanidade está dependendo de dois jogos. 180 minutos. Será dramático.
Fico imaginando, às 19:00 horas. Colorados e gremistas. Um perdoando ao outro, agradecendo. As implicâncias serão perdoadas, as cornetas, as piadas. Todas as provocações. Inesquecível. O Grêmio derrotando o Flamengo, fora de casa. A segunda vitória fora do Olímpico no campeonato, depois no Náutico. Com o time misto. Do outro lado, Adriano, Bruno, Léo Moura, sem esquecer do Petkovic. O Grêmio sem nenhuma pretensão. Fazendo churrascada nos dias de semana...

Pensando bem, acho que a paz mundial vai chegar, mas não nesse ano...

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Batom na Cueca

Henrique era um conquistador nato. Invejado por todos os homens. Admirado pelas mulheres. Por todas. Era casado, mas seguia a teoria de que cavalo atado também pasta. Henrique pertencia à turma da falcatrua. Todos os invejosos interrogavam as mulheres vitimadas por Henrique. As respostas eram intrigantes e sempre as mesmas: nenhuma palavra, apenas suspiros de “ahh” e “uuhh”. Não se sabia o quê, mas se sabia que ele tinha. O Henrique tinha. Igual ao Zé Mayer, não se sabe o que, mas ele tem!
A turma do deixa disso, alertava o Henrique. Diziam: - Henrique deixa disso! Um pouco por ciúme, um pouco por pena de sua esposa. E realmente, era de dar pena. Era de consenso sabido que Henrique a amava só não se descobria porque Henrique lhe causava tanto mal.
Quando contestado, Henrique disfarçava. Dizia: faço bem feito, ela nunca irá descobrir, nem desconfiar. Realmente, Henrique fazia bem feito e bastante e várias vezes. Mas com a astúcia dum coringa no assunto. Seu cardápio era mais variado do que o de um restaurante à kg. Ia de morenas retacas e pequenas, fortes, brutas, rudes e de beleza até ofensiva até loiras altas, de cabelos esvoaçantes, de rostos finos, de panturrilhas torneadas, de pés delicados, de mãos suaves... Enfim, loiras e morenas!
Sua mulher, não ficava para trás. Contudo, era ruiva. Uma ruiva, fogosa, agressiva (no bom sentido), de pernas roliças (também no bom sentido)... Enfim, uma ruiva. Com tudo que uma ruiva deve ou deveria ter. Que ruiva! Mas era enganada. Não merecia.
Até o dia em que a ruiva, encontrou no cesto de roupa suja, uma cueca com batom. Ou melhor, uma marca de batom na cueca. A expressão já diz tudo... Batom na cueca não tem explicação. A ruiva não disse nada, apenas mostrou a cueca ao Henrique. Levantou-a com repúdio, com nojo, prensando o elástico entre o indicador e o polegar, deixando a mostra aquele borrão de batom... Na virilha... Bem na virilha... E seguiu sem dizer nada... Quem diria hein Henrique?
O Henrique ficou sem jeito, levou o dedo “pai de todos” até a nuca, coçou, coçou... Fez uma cara de “pois é” e nada disse também... Saiu da sala, foi até o quarto, fez a mala, foi embora, sem dizer nada. Pois é assim que reage quem deixa escapar um batom na cueca... Porque em meio às falcatruas de quem as faz, sempre escapa um batomzinho... E esse batomzinho acaba por denunciar todas as falcatruas que foram escondidas e disfarçadas...
E eu espero, ansioso, o dia em que encontraremos um batom na cueca do nosso querido Presidente Lula.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Tudo tem um preço

Essa pergunta intriga à todos. As tias na feira livre, os viciados nas bocas de fumo, os empresários no mercado internacional. Eu mesmo, me criei aprendendo a sempre perguntar: quanto vale? Quase que afrontando o vendedor...
Quando pequeno ia ao bolicho da esquina, feliz, com algumas patacas na mão, dadas pela vovó, comprar besteiras. E com as besteiras, me distraia a tarde inteira. Vezes balas, vezes sorvetes, mas a maioria das vezes, salgadinhos. De 20 centavos – os quase extintos “Okeizitos” -.
Capitalista ou não, assim foi minha criação. E a de todos. Um certo dia aumentou o preço do salgadinho. Me revoltei. Chorei. Pechinchei. Nada adiantou.
Foi minha primeira indignação com a política e com a crise mundial – mesmo sem saber da sua existência -. Como podia o salgadinho pequeno, de 10 ou 15 gramas custar 25 centavos e não 20. Comecei a me questionar. Será que foi o preço do sal? Será que o “tio” estava me passando para trás? Não sabia, naquela época, que existiam macro ambientes, logística, e taxas de imposto.
Fui pesquisar. Perguntava à todos: porquê... porquê... porquê...! Não podia conceber a idéia de que o salgadinho, de bacon, fininho, salgadinho, que dava sede, ia custar 25 e não 20. Com a soma das respostas de todos aprendi uma lição. Tudo tem um preço. Financeiro ou não, tudo tem um preço. E às vezes, por precipitação, o barato podia sair caro. Se eu mesmo criança, descobrisse que o preço iria aumentar teria feito um estoque. Juro.
Nessas falhas de mercado que surgem os empreendedores e futuros milionários. Eles se dão conta, por exemplo, que o salgadinho vai aumentar e compram por 20 e vendem por 24. Ganham 4 centavos por salgadinho e ainda são mais baratos que a concorrência, vendem tudo.
Nesta quarta feira, dia 28, confirmei minha primeira lição sobre economia. Esta mesmo: tudo tem um preço. O Inter está pagando este preço, e não vai ganhar o Brasileiro. Porque o Brasileiro, para o Inter, tinha um preço: o Nilmar. Cerca de R$ 44 milhões. Talvez se os dirigentes do Colorado fossem comigo, comprar as besteiras, com as patacas da vovó, não venderiam o Nilmar. Pois fariam um estoque. Iam se dar conta, que em um time que tem a ambição de ser Campeão Nacional, não se pode abdicar do seu craque. Se o Internacional segurasse suas “besteiras”, passaria o campeonato inteiro se distraindo e se divertindo, igual a mim, durantes às tardes. Mas o Internacional se precipitou, e o barato, vai sair caro. Bem caro.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A pseudociência

Sempre duvidei do horóscopo. Mas sempre li. Sabe como é, na dúvida, não custa passar os olhos em três ou quatro linhas e ver se me darei bem no trabalho ou se o dia está bom para viajar. Por ação da curiosidade, pesquisei. Afinal, da onde sai este tal horóscopo? Defini-lo-ei: “é uma pseudociência ligada ao esoterismo que se baseia em uma série de crenças dos povos da antigüidade, que afirmavam que os astros influenciavam o destino das pessoas e da natureza.” Bom. Se é pseudociência, posso concluir: nem ciência o coitado é. Outra dúvida leiga: o horóscopo vem do bem ou do mal? Deus ou diabo? Polícia ou ladrão?
Convenhamos, acredito, até certo ponto, que os astros, planetas, estrelas ou qualquer coisa que ronde a Terra, possa influenciar no momento em que uma pessoa nasce. Admito que não sei porquê, mas parece que influencia mesmo. Deve ter alguma fórmula matemática ou algo equivalente, que diga: netuno ao quadrado vezes estrela 34 mais dia 12 é igual a uma pessoa estressada. Compara-se com pedra, papel, tesoura; par ou impar; minha mãe mandou; etc. Cada movimento corresponde a alguma ação...
Faço um esforço astrológico – não saindo do assunto - para aceitar que a personalidade da pessoa vai ser assim ou assada, se Mercúrio estava mais pra lá ou mais pra cá, se Vênus estava namorando a lua. Ninguém sabe sequer falar quando nasce, como vai adivinhar a posição da lua? Lanço uma teoria astrológica, mais prática e menos complexa: a pessoa será braba se a irritarem e será tranqüila se a deixarem em paz. Simples não?
O que mais me deixa em dúvida, ainda, é o horóscopo diário. Dia bom para viagens... Dou um recado às astrólogas: se o dia é bom para viagens eu não sei, mas tenho certeza que o dia em que eu viajar, será ótimo. Hoje você terá um dia ótimo no trabalho... e para quem ainda estuda? Não se pode ter um ótimo dia no trabalho, quem não trabalha.
Poderia passar o dia me perguntando sobre o horóscopo e, cada vez mais, ficando em dúvida sobre isso. Mas já que não tenho o dia todo, sabe como é, não custa passar os olhos...

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Ahh.. esses provérbios!

Já dizia um velho provérbio afegão: “Será preciso cair do telhado para saber o que isso significa?” Confesso: nunca busquei provérbios, afegãos pelo menos. Mas depois do momento que li esse, que citei, percebi o quanto eles podem nos dizer. A principal função de um provérbio é fazer pensar. Refletir. Através dessas sentenças práticas e populares, resumimos em poucas palavras um fato ou até inúmeros deles. Invejo os sábios, pensadores. São eles que, a partir de um contexto, desenvolvem uma idéia, muitas vezes, uma comparação, um provérbio. E muitas vezes, na falta de um sábio, o próprio povo dá vida a uma dessas sentenças. E é sempre depois que acontece o errado, que vem um sujeito e cita o provérbio certo, e só nos resta fechar o olho abrir a mão, e dar um tapa na nossa testa. Como não pensei nisso antes?!
Tenho absoluta certeza: todos aqueles que baseiam seus atos em provérbios se dão bem na vida, ou pelo menos, diminuem erros posteriores. Mas também, não há quem agüente passar a vida pensando em provérbios. Isso limitaria tudo e também tornaria reflexivo demais, contrário ao século em que estamos.
É engraçado como certos provérbios surgem na nossa frente, no momento exato, risonhos. Parece que ele foi feito justamente para aquela situação, pois diz tudo, quebra teorias com meia dúzia de palavras, ignora a tudo e a todos com desprezo e toma para si a explicação de tudo.
Volto ao provérbio citado lá em cima, este mesmo, que me levou a escrever tudo isso. “Será preciso cair do telhado para saber o que isso significa?” Respondo: sim. Para o Inter, sim. Foi necessário sair da Sulamericana, sair do G-4, ficar um mês sem ganhar, cair não do telhado, mas da tabela, para ver: é necessário mudar. E aí, mudou. Agora, há mínimas rodadas do final contratou o improviso, também conhecido como Mário Sérgio - nome de cantor sertanejo -. No momento que havia Luxemburgos, Murycis... na feição, eles não se moveram. Cabe aí o provérbio: "O tempo e a ocasião mostram o que se deve fazer." Pena que não consultamos sempre os provérbios! Com certeza, nos moveríamos. Agora, o que nos resta é aguardar e ver outro provérbio, agora africano, nos mostrar que: “Você não pode construir uma casa para o verão do ano passado.” Ahh... esses provérbios tem muito o que dizer...E tem gente que ao final desse ano vai fechar os olhos e bater com a palma da mão no meio da testa...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Como ser feliz

O Brasil sabe. E a cidade maravilhosa, também! Estamos felizes. Demais. As Olimpíadas são nossas, e isto pelo melhor dos lados deve servir de motivo para vermos que, com boa vontade, conseguimos e podemos ser melhores que chineses, americanos e europeus.
O Brasil tem a receita da felicidade, e desconfio que esteja no bolso do nosso querido presidente. Devemos pegá-la. Lula sabe, de um modo ou outro, conquistar a simpatia do público e dos seus eleitores. Seja viajando para Copenhague para discursar pelo esporte, seja descobrindo sal embaixo da terra. Este gordinho, barbudo e sem um dedo mínimo, está surpreendendo à todos, inclusive a mim, e entrando pra história com bons e maus feitos. Mas sem dúvida, feitos.
Discursou – obviamente, em português – frente aos homens mais poderosos do planeta, em destaque: o moreno e o olhinho esticado. E não deixou a desejar, tanto que levou – ou melhor, trouxe – as Olimpíadas para o Rio.
Aí mora minha preocupação, no Rio. A cidade maravilhosa! Imagina se acontece algo errado? E se os traficantes não fornecem uma “pura” aos turistas? E se as pizzas terminam frias nas mesas dos líderes políticos que se achegam para prestigiar o evento? E se o churrasco de confraternização estoura a tampa e cai na carne? Terá uma segunda opção? Feijão tropeiro, quem sabe... O pior: Imagina se uma bala perdida encontra alguém? Que vergonha seria...
Mas assim é o Brasil. Assim, feliz! Não importa que tenhamos balas, pizzas azedas, churrascos com vidro... A Olimpíada é nossa! Retrato dessa indiferença era a quantidade de pessoas na praia em pleno meio dia de sexta feira. Todas orgulhosas. Procurando as câmeras para gritar em alto e bom som: estou faltando o trabalho pra vir aqui! Que beleza!
Somos o retrato dos nossos líderes, que estão faltando o trabalho para ir à Copenhague. Porém não vamos culpá-los, pois eles fizeram o dever de casa, fora dela. São exemplo de como faltar aos deveres e ao mesmo tempo se redimir. Outro feito surpreendente. E é por isso e pelo que – tenho certeza - há de vir, prometo: não me preocuparei mais com nenhum dos problemas da nação, faltarei ao trabalho para ir à praia, não ajudarei as vovós a atravessar a faixa e muito menos pararei nos sinais vermelho. E se conseguir algum dinheiro público, juro que vou a Copenhague. Sabe porquê? Por que a Olimpíada é nossa! E com isso, já estou feliz, à moda brasileira, é claro!

sábado, 19 de setembro de 2009

1 ano de blog


Nem eu acreditava. Neste mes comemoro um ano de blog. Quanta alegria. Após inúmeras tentativas fracassadas de manter atualizada uma humilde página, de comentários mais humildes ainda, na grande rede. Obrigado à todos, que me fomentam e me municiam para escrever e principalmente, me encorajam para publicar e postar minhas considerações. Que mais anos venham...

Um comentário infeliz, num momento infeliz

Nosso excelentíssimo presidente virou motivo de piada, mais uma vez. Solicito, ofereceu ao visitante Nicolas Sarkozy um churrasco, que terminou em feijão tropeiro. Até aí, nada é novidade. Lula aprontando mais uma peripécia e ainda fazendo o pouco que podia dar certo, dar errado. Virou comentário em todo território nacional. Mas mais triste do que o churrasco envidraçado, foi o infeliz comentário do funcionário público Sandro Amoroso Pacheco. Abrindo a Zero Hora do dia 18 de setembro, me deparo logo na página 2 com um comentário equivocado e principalmente, estridente. Primeiramente, não entendi o porquê de tamanha revolta com o Estado e sua identidade cultural. Hoje, dia 19, pude compreender um pouco mais do motivo das acusações do senhor Pacheco.
Pois bem, Sandro. Agora chegou minha vez e vou dar minha opinião, se possível for. Fico triste em saber que existem pessoas que pensam como tu, e vejo que não é apenas uma ou outra. Aprendi desde cedo, e sou grato por isso, a amar a terra em que nasci e seguir os costumes que ela segue, esteja onde estiver. E agora, logo alguns dias antes da data de maior importância para o nosso Rio Grande, é uma pena ler um comentário desta espécie.
Aceito tuas considerações, até por terem ocorridos fatos pessoais, inclusive com teus filhos, e respeito tua posição afinal, a família é sagrada. Mas o que não suporto é da tua parte, generalizar o que algumas pessoas fazem, por mera mesquinhez. Não é problema do Rio Grande inteiro se algumas pessoas te tratam de maneira diferente. Até porque isto acontece em todo lugar. Já morei em São Borja e posso garantir que o povo daí é hospitaleiro e cordial, com todos visitantes, sejam eles nascidos em São Paulo ou no Japão. Quanto à procedência do churrasco, admito que não tenho, e nem tu tens, autoridade para dizer aonde surgiu e quem criou. Contudo, tu deves saber que o churrasco gaúcho é reconhecido no mundo inteiro como um exemplo, não só pelo preparo em si, mas pelo quanto o ritual é cultuado. Não deve ser por acaso, como tu mesmo citastes, que as churrascarias de São Paulo dão nomes ligados ao Rio Grande do Sul para aliarem à sua marca um pouco da tradição do assado.
Não quero com isto te ofender e muito menos de atacar, da mesma maneira que tu. Porém como tu te defendes, aprendi a não defender apenas a mim, e sim, ao Estado que tive origem. E é por ter crescido com estes valores, que me obrigo a discordar e condenar teu posicionamento. Tenho absoluta certeza que o Brasil inteiro reconhece que a identidade cultural mais forte do país é a gaúcha. Amamos nossos costumes como o chimarrão, o próprio churrasco e os símbolos que representam nosso Estado. Não venho julgar quem é melhor, pois isso é imensurável, mas seria um pouco melhor pra São Paulo se os paulistanos sentissem um pouco mais de orgulho e adoração pelo lugar onde nasceram. Para concluir, te aconselho ao bom e velho ditado que diz: “os incomodados que se retirem...”

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Senhor General Carlos Caetano Bledorn Verri

Quem diria, hein? Carlos Caetano Bledorn Verri, está na Copa! Melhor que Parreira, Luxemburgo... Carlos Caetano, o popular Dunga, conseguiu classificar a seleção com a maior antecipação possível, após ser adotado este formato de classificação. E ainda, sobre os hermanos do nosso querido Maradona.
Sendo contestado no início, Dunga soube reverter com trabalho seu quadro, diante de todo Brasil. O também gaúcho, Luiz Felipe Scolari fez o mesmo. Após ser muito contestado devido à classificação suada, e a não levar o baixinho Romário para Copa, Felipão levou para si toda a responsabilidade caso não conquistasse o Mundial. Foi e soube trazer a taça, e é por isso se tornou o que é. Dunga é um seguidor de Felipão.
Dentro dos campos tinha o mesmo estilo de quem aprendeu a jogador bola em uma escola gaúcha. Usando técnica, mas principalmente, força e bravura. E é isso que torna Dunga – e a seleção - o que são atualmente. Bravura, união, entusiasmo... Como treinador, não podemos dizer que Dunga é um especialista, um estudioso. Até porque se estudioso fosse, não escalaria o desconhecido e limitado Afonso. Contudo, devemos saber: todo time precisa de um bravo. Um guerreiro, que grite e que saiba quando e como xingar. Xingar sim, como um time colegial. Falar uma ordem seguida de um palavrão. E não ficar de braços cruzados e com uma cara comprida, como vimos o Parreira no jogo contra os franceses em 2006. Pense. Todo time que se consagrou campeão em qualquer certame, tinha dentro do campo ou na beira dele um bravo.
O senhor Bledorn – nome de general – está dando sua cara e seu estilo à seleção. Não se enxergam mais brincadeiras e pedaladas de Robinhos dentro dos gramados, nem loiras invadindo o campo, nem baladas, nem bebedeiras... Fazendo uma alusão ao futebol e ao país, o Brasil mostrava para o mundo o futebol alegre, solto e com o nosso “jeitinho”, mas que não levava a nada. Se divertia, brincava e perdia.
Pois bem, terminou-se a festa e começou o futebol sério e profissional. Como citou o próprio Dunga no Arena Sportv à anos atrás quando nem era técnico da Seleção: “em 1994 (tetra brasileiro) não dávamos espetáculos, jogávamos futebol. Quem quer espetáculo que vá ao teatro e ao cinema, mas se quiser bravura e dedicação vá ao estádio”. Nesta frase, Dunga resumiu-se.
E o melhor de tudo é que provém dessa bravura e seriedade o futebol arte. O da Copa de 70, que era belo sem desprezar o adversário. Não é necessário o talento das pedaladas, mas sim o talento técnico, que resulta em gols, em belas jogadas e não em macaquices circenses. Assim foi contra os hermanos. Se faz o dever de casa, se joga sério e depois sim, se mostra o talento e se faz usufruto do mesmo.
Tomara que o Brasil se dê bem na Copa. Não para ser hexa - se vier será bem quisto, mas para mostrar pro mundo que o Brasil é muito mais do que loiras, festas, carnavais e pedaladas.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Internet: bom ou ruim?

Vivemos atualmente, numa sociedade em que a rapidez é necessidade. A Era da tecnologia nos remete à frase mais ouvida nos últimos tempos pelos povos: “é pra ontem”. Ao passo em que a sociedade evolui em apenas um ano, o que era para evoluir em dez nos deixa satisfeitos e ao mesmo tempo, preocupados. É a tecnologia, isso já sabemos. O que não sabemos é: bom ou ruim?
Há muito tempo, assim que o grande “boom” da internet surgiu, escutamos uma das frases mais bem construídas sobre o tema. “A internet afasta os próximos e aproxima os distantes”. Pois bem, o mundo só evolui desta forma porque conseguimos comunicar em segundos o outro lado do mundo o que está se passando aqui. O que convenhamos, demoraríamos meses e até anos, num passado não muito distante. O que perdemos, e muito, foi o romantismo da evolução e da comunicação que tínhamos no século passado, por exemplo.
A arte saudosista de se escrever na ponta do lápis e demorar, um pouco mais, para comunicar algo. O que nos apavora é o fato de, ao invés de dar bom dia para pessoa ao lado, mandamos um e-mail. As pessoas de uns anos pra cá substituíram a fala pelo bater de teclas e o clicar de mouses.
Contudo, esperamos a evolução. Afinal, é disso que a humanidade depende para um dia alcançarmos a igualdade e a sustentabilidade entre os povos do mundo. Mas, ninguém disse que para evoluirmos, precisamos ser tão práticos, ágeis e frios. O futuro da evolução do homem pode esperar algum segundos, para deixarmos de mandar um e-mail, nos levantarmos da cadeira e irmos dar bom dia ao nosso colega da sala ao lado. Se assim for, afirmamos com precisão: a internet vem para o bem!

sábado, 29 de agosto de 2009

O Muro


Feita de muros é a vida, muros de pedras, concretos
que traçam chegadas, partidas, permanecendo discretos.
muro é o ponto de início, é o destino e a chegada
é segurança de dia, proteção na madrugada

Faz parte de estórias. Afinal, as presencia
muro é confidencial, escuta, vê e silencia
literalmente é um marco, na vida de qualquer um
e como marco, tratado, possui respeito incomum

Feliz é quem faz dos muros, um caminho e uma estrada
faz da concreta certeza, que por ele é repassada
uma lição de vida, um conselho paterno
e por estar tão firmado, torna-se algo eterno

Esse muro é fantasiado,tornou-se subjetivo
mas mais do que nunca, é verdade, é fato, objetivo
foi e é uma etapa, da busca da felicidade
não causa lamentos, e sim, tira ansiedades

Necessidade é revê-lo, acreditar na certeza
saber: realmente é verdade, crer na sua grandeza
pois só assim é possível, acreditar, sem ter fim
que esse muro é pra sempre e está dentro de mim.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A maior das crueldades

O vejo então, deitado em calmo leito,
leito este, que torço para não deitar
até porque, se sobre ele deito
estarei em paz, e em paz, não desejo estar.

Calmo e tranquilo, como nunca o vi.
Semblante ameno, membros espichados
pele agora clara, como a de um guri
busto reto, dedos entrelaçados.

Se o seu desejo sempre foi o mesmo:
ser imponente e também astuto.
Então agora, penso eu, a esmo
amoleceu-se o outrora, bruto

Fico em silêncio e num respeito triste,
pois é meu destino, e o de todo cuera,
é a maior crueldade que existe,
mole eternizar, o que duro antes era.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Os portugueses e os imbecis

Quem conhece a fama dos portugueses?! Aqui no Brasil, pessoas tolas. Motivos de piada, assim como os governantes brasileiros. Até aí, tudo bem. Há quem diga que lá, aconteça o contrário e os idiotas somos nós, quem sabe.
É muito agradável dar risada e principalmente, ter do que rir. Seja dos portugueses, seja dos governantes. Prefiro rir dos portugueses. Os governantes não merecem nosso riso, não merecem nem choro. Tenho absoluta certeza que na sua maioria – para não generalizar – eles riem de nós, gargalham! E aí infelizmente, os portugueses terão toda razão, até porque garanto - mesmo sem conhecer um nome sequer da política portuguesa – eles não têm políticos piores que os nossos. Os motivos de piada e de idiotice somos todos nós. Somos burros, não sabemos raciocinar e mudar um pensamento e pior, uma situação.
Pensamos como o próprio português, que enxerga uma casca de banana e diz: Outro tombo. Para nós, são eles os bestas.
Mas temos explicações. São as falhas do sistema... Quedas, tombos, faltas de solução e de iniciativa. Quando encontramos soluções são, todas elas, ridículas. Contra a gripe?! Vamos suspender as aulas por uma semana. Mais uma. Mais uma. Há quem pense: todos os outrora, estudantes ficarão trancafiados em casa por não terem aula. Brilhante ideia.
No governo brasileiro, a “inteligência” trabalha, mas infelizmente se faz presente nas tramóias e na criatividade dos sabores das pizzas. Pizzas doces e azedas. Doces para os engravatados, azedas para nós.
Agora, portugueses.
Pois bem, seguiremos assim. Com pizzas azedas, gripados, sem ensino e é claro, caindo de cara a cada casca de banana... E o pior, pensando quem os abestalhados e imbecis são os portugueses!

quarta-feira, 29 de julho de 2009

O ponto fraco do Café

Nos meus tempos de mocidade, conheci uma grande pessoa, literalmente. Era bom em tudo o que fazia, dos compromissos profissionais às noitadas sem lei. Tão engraçado quanto brabo, tão revoltado quanto brabo e tão brabo quanto engraçado. Se resumia assim seu ciclo.
Dentre suas várias atribuições, umas das principais, era sua habilidade com as mãos; chegou até ser goleiro de clube. Nos áureos tempos do colorado porto alegrense.
Era facilmente reconhecido pela sua voz, que se igualava a de um urso, e sua barba uniforme, que também se igualava a de um urso. Alto, largo e estúpido, e acredite, tão estúpido quanto um urso. Café. Café era seu codinome.
Seu apelido foi dado devido à cor da sua tez. Era um mulato, colono; Um colono mulato. Por sob a barba de urso estava lá, a cor do café. Variava tons, e assim, chegava a ser comparado a um capuccino, puro exagero.
Quem sabe era por isso que o Café fazia tanto sucesso com as mulheres. Afinal, hoje em dia, toda mulher que se preze gosta de café, e consequentemente do Café. A simpatia era o seu forte. Assim vivia Café. Brabo, engraçado, revoltado, mas inegavelmente com a simpatia. A simpatia que todos temos com o Café, afinal é brasileiro.
O que aconteceu de curioso, é que um dia descobri o ponto fraco dele, do café. E vi, que no seu amargo, havia algo que o adoçava. Ele, covardemente fugia. Café se dizia conquistador, e de certo modo, era. Dizia fazer sucesso com as mulheres altas, grandes e robustas como um queijo colonial. Mulheres de porte, tipo Rebeca Gusmão e Edinanci Silva...
Exibido dizia, sou grande. Portanto, o mínimo que exijo é uma mulher à altura, literalmente. Porém, num belo dia primaveril, Café deu o braço a torcer. Ou admitiu sua fraqueza, ou se deu conta onde ela estava. Sua fraqueza estava, no máximo, na altura do seu esterno - quando de salto-. Que ironia, Café. Um mulato, colono. Colono mulato, de dois metros de altura, e quase isso de largura; se viu enlaçado, dominado, e tantos outros “ados” por uma criatura que não lhe cobria um meio de área. Um rapaz com tanta destreza, tanta força, com as ancas largas sinal de fecundidade, estúpido como um urso. Que blasfêmia!
Mas assim aconteceu. E devemos aprender com o Café.
O Café se deteve nos grandes perigos e, inocentemente, não percebeu que o maior perigo que lhe rondava, estava em baixo do nariz, mais uma vez, literalmente.

Fica a lição e também o conselho. Tomemos cuidados, ou não. Afinal, às vezes é bom sentir que o perigo - e o nosso ponto fraco - estão, no máximo, à altura do esterno.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Ned Flanders e a maçã

Qual foi a importância dos filósofos para a história da humanidade? Esta dita sabedoria é imensurável até hoje, para todos nós. Mas temos certeza, não foi pouco. Platão, Sócrates, Aristóteles. Com suas ideias - infelizmente, agora sem acento - de mundo, nos fizeram questionar o porquê de tudo, absolutamente tudo. Os avanços mais importantes no desenvolvimentos da humanidade foram concebidos através deles. Sir Isaac Newton, por exemplo. Passava dias estudando, analisando e refletindo. Até que um belo dia, sentado à sombra de uma macieira, ao lhe cair um fruto sobre a cabeça, se deu conta que vivemos sobre uma dada lei da gravidade. Embora muitas pessoas digam que ele inventou, é mentira. Newton apenas descobriu sua existência.
Em síntese, os filósofos, todos eles, eram nada mais nada menos que pensadores. Passavam dias, meses e anos pensando e descobrindo tudo sobre tudo. Diferente de mim, que trato apenas um pouco do todo. Por não ter o QI igual ao deles e também por não ter tempo. E é justamente por este tempo que, infelizmente, nos dias de hoje não aceitamos mais filósofos. Definitivamente, não!
A era capitalista e por conseqüente, do consumo, nos obriga a fazer tudo para ontem. É necessário resultado imediato em tudo, ainda mais no que diz respeito ao aspecto profissional.
E quem sofre é o Inter e o Tite.
Um pensador, estudioso. Um filósofo. Para o bem ou para o mal, Tite não tem espaço no futebol de hoje. Com sua calma e teoria, que nas entrevistas parecem uma afronta à paciência dos torcedores, ele não consegue agradar a mais ninguém. O momento exige alguém que, ao invés de dar explicações táticas e técnicas sobre o posicionamento do time ou esquema de jogo ou o onipresente e onipotente equilíbrio, diga um palavrão e empurre um repórter. Tite é Ned Flanders demais!
Mas o que resta aos colorados, ainda mais agora com o Muricy no Palmeiras, é apenas esperar que o Tite saia ou então, que a maçã caia o quantos antes em sua cabeça.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

A Aldeia ou o porco.


Marshall McLuhan, sociólogo canadense, trouxe e nos apresentou o conceito de “Aldeia Global”, na década de 60. Como todo sociólogo que se preze, ele analisou nossa sociedade, e percebeu que vivemos numa aldeia mundial, somos uma sociedade só, e cada vez mais, somos um só. Trocamos informações e conhecimentos durante todo o tempo e com todo o mundo. Fantástico.
Foi-se o tempo em que uma informação, para atravessar os oceanos, levava dias, semanas e às vezes, meses. Hoje, são minutos, segundos, centésimos e milésimos, “clicks”. Já diziam os sábios, a tecnologia vem para aproximar os distantes e distanciar os próximos, e quem sabe é por isso que mandamos emails para quem está na sala ao lado. E McLuhan disseminou isso!
Pois bem, estamos mais rápidos, mais eficazes e também, de certo modo, interagimos mais. Diferente do passado. Onde tudo era lento e devagar. Somos indestrutíveis, uma sociedade unida e compacta. Que mundo!
Voltando ao passado: tudo era calmo e tranqüilo, entediante, até bucólico era. Mas olhando por outro lado tudo era fácil de ser combatido e também reparado. Quando algum problema se disseminava, se localizava o causador e se exterminava. E assim seguia a vida, de forma calma, tranqüila e até bucólica. Mas hoje? Hoje, não!
Hoje, é “click”. E não me refiro ao click do mouse, e sim, ao click do porco. Aí temos um exemplo, o porco!
O porco, quem diria. É o mal do século. Assim como a informação, ele está tomando conta. Será uma pandemia. A vingança suína. Mortal. Ninguém havia se dado conta, mas o porco é vingativo.
Mal sabíamos nós, e mal sabia Herbert Marshall, que 50 anos após sua fantástica descoberta, surgiria um concorrente. Chocante e sensacionalista como o Datena. E, mal sabia também, que este concorrente nos obrigaria a escolher de forma eliminatória e definitiva. Com quem, daqui pra frente haveríamos de viver. Colocando-nos à prova, com uma complexa escolha: A Aldeia ou o porco.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Um pouco de poesia...

É o mais claro retrato
Do Rio Grande, estampado
Um tanto meio tapado
Outro tanto descoberto
Neste imenso deserto
Avermelhado de brasa
Que a cada dia se casa
Com o horizonte, aberto

Lá se encontra os perdidos
Então, o sonho termina
Seguindo a mesma sina
De quem venceu uma etapa
Esta paisagem farrapa
Pintada pela mão santa
Onde a noite, se levanta
E o sol, logo se tapa

É completo o ambiente
E o desenrolar da cena
A lua calma e pequena
Redonda, toda prateada
Sobe, toda cercada
Por estrelas companheiras
que nasceram, altaneiras
e opostas das cascatas.

O outrora, imponente sol
Se parece, agora, frágil
E sabendo do presságio
se afoga, lentamente
nos mostrando então, que sente
que a missão foi repassada
assim, como a passarada
que troca, quem vai a frente...

Modificando o cenário
De forma tão gradativa
A natureza, criativa
Vai transformando o ambiente
Mudando, assim como a gente
Pela metamorfose da vida
Que nos mostra em seguida
Quando o sol, vira poente.


O lugar é primoroso
É satisfeito e completo
O vermelho deste teto
Se mergulha no Uruguai
E distante, então se vai
Pairando sobre as aguadas
E então, nas madrugadas,
Depois que a noite cai
A lua ali se atrai
E faz paisagens prateadas.

Pôr-do-sol da fronteira

quanto me possibilita,
da imensidão, infinita
fazer brotar pensamentos
reviver os sentimentos
que pensei, nunca lembrar
mas que não tardam voltar
pois vêm, montados no vento!

terça-feira, 16 de junho de 2009

Tecnologia, bom ou ruim?

Afinal, a tecnologia vem para o bem ou para o mal? Vivemos na era em que a tecnologia cresce mais do que bolo de tia. A sua constante e incessante evolução nos admira e ao mesmo tempo, nos preocupa. Observando a linha do tempo da sétima série, notamos que na antigüidade (nunca abandonarei o trema), a evolução do homem e de suas descobertas se arrastam, vagarosa e lentamente, igual ao Tcheco e ao Andrézinho. Nas descobertas do homem, vemos a invenção da roda, da escrita, do telefone... Todos os passos calculados e principalmente, respeitados. Era tudo feito com precisão e cautela. O homem, mesmo que primata, sabia que não poderia dar o passo maior do que a perna, sabia também que não poderia inventar o celular, se a oi não estava lá para desbloquear o seu aparelho. Havia o respeito, pelo tempo e pela nossa evolução. E é esse respeito pelo tempo, que dava segurança para descobertas e inventos, eram dezenas, centenas, milhares de anos para evoluir de um invento para outro.
Hoje, tudo é para ontem. São milhares, centenas e até mesmo dezenas de segundos para nossa tecnologia ser ultrapassada. Bill Gates e Steve Jobs travam uma batalha tecnológica, para ver qual dos dois fazem mais japoneses correr para as lojas. É a era do consumo, da tecnologia, do “já”. Concordamos que, às vezes, a tecnologia nos ajuda, como por exemplo, no pênalti de ontem contra o Egito. Se não fosse a tecnologia, estávamos na história, como arruinados. Mas se o Brasil respeitasse sua evolução e a evolução do Egito, com certeza não dependeríamos da “mãe tecnologia” para fazer um gol de pênalti aos 45 do segundo tempo. Portanto, a tecnologia vem nos beneficiar e muito, mas devemos saber fazer uso dela, com cautela e também, com consciência para sempre que permitido, termos autoridade e maturidade para resigná-la. Afinal, porque mandar um email para quem está na sala ao lado?
Em síntese, não é sempre que a tecnologia é conveniente. Mas também, ela não é o mal do século. Devemos é saber, quais são os benefícios que ela nos traz: o “um pouco do todo” (modéstia), o pênalti contra o Egito e também, a interatividade. Porém, devemos ter cuidado. Até porque, o saudoso Einstein alertou: “Não sei como será a terceira guerra, porém posso afirmar que a quarta será com paus e pedras.”
Quem sabe, voltaremos às cavernas, e tudo recomece. Uma nova chance. Com pedras, paus, cavernas, e obviamente sem email, sem a Oi... Ahh, e também sem o "um pouco do todo".

segunda-feira, 8 de junho de 2009

É a malemolência...

Havia uma frase, que de tão correta e oportuna, virou um jargão. Pra falar a verdade, foi a frase mais bem dita e elaborada que ouvi na vida. Quando utilizada com sabedoria, dizia tudo, tudo. Mesmo sem dizer nada. Sintética, oração curta, direta, objetiva! Apenas três palavras, palavras de efeito. Ao mesmo tempo que utilizava da obviedade, tinha grande porção de malandragem e muita malemolência.
Nunca vi fazer mal a ninguém. Muito pelo contrário, causava felicidade e euforia, por quem era dita e por quem era ouvida. Dava mais “graça à cousa”, que frase! Parávamos, olhávamos engatilhávamos e soltávamos: Morena, é dez! Ahhh! Quanta alegria. O criador da mesma, era o que mais sabia usá-la; pois havia sempre, uma entonação diferente a ser usada, um timbre, uma pausa.
A morena? A morena reagia, feliz, saltitante, serelepe e sorrateira. Se estivesse rebolando, após a frase parecia que perdia os ossos, e se mexia. Ahh, se mexia! Era uma festa.
Pra falar a verdade nunca vi a frase realmente render, mas mesmo isso não acontecendo ela não perdia o seu brilho. Muitas vezes saímos tranqüilos, sem obrigação alguma de fazer a "coisa render". Nos preparámos física e psicológicamente para apenas chegar no local, dizer a célebre frase e voltarmos radiantes para casa. Assim é a vida. Deve ser tudo planejado e calculado. Esta frase com certeza, foi pensada por anos e anos, reformulada, reconstituída, para finalmente ser o que é.
E para falar a verdade, tão importante quanto a sabedoria para a criação da frase, é necessário o chamado felling, de quem a utiliza, pois o contexto, o momento deve ser oportuno. É exatamente daí, que as frases tiram seu valor e seu poder. Saber dizer a coisa certa, no momento certo e principalmente, pela pessoa certa.
Semana passada ouvi uma frase assim. Dita por uma de nossas infinitas "morenas 10". Luana Piovani, após o lançamento do seu novo e grande filme, "A Mulher Invisível" citou: "milhares já brocharam comigo". Todo mundo sabe o que ela quis dizer, mas por falta da malemolência, que sobrava à "morena, é dez", Luana Piovani penou, e abriu margem para todos nós fazermos um cálculo, de que sua experiência se dá com no mínimo três zeros atrás. Quanta inocência Lu... Esta frase, teve tudo. Personagem adequado, contexto/tema adequado e também a época ideal. Faltou apenas uma coisa, quem sabe o mais importante ingrediente: malemolência. A malemolência que sobrou à Nilton Santos na Copa de 1962, quando deu um passo a frente e fez dum penalti uma falta. Mas finalizando, o único conselho que posso dar à nossa adorada Luana, é deixar de lado esses milhares e treinar um pouco mais sua malemolência, claro que no português, porque fora disso, ela tem de sobra...Afinal, Luana, é 10!

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Uma gangorra em "V"

Vocês já viram uma gangorra em “v”? Eu já. Inclusive estou vendo agora, enquanto escrevo. Desde pequeno sonhava em um dia ver uma gangorra em “v”, por muito tempo achei que não existisse, andava desacreditado, triste, melancólico. Até estes últimos dias, quando parei, olhei para o céu, e como um click, pensei: as gangorras em “v” existem!
Vocês devem estar pensando... Impossível. Uma gangorra é uma reta, com dois pontos opostos. Onde, quando um está em baixo o outro obrigatoriamente tem de estar em cima, “a física explica isso” Bueno¹, 2001.
Porém por um momento, não sei especificar qual, o eixo se dobrou e agora pela primeira vez na vida sei que as gangorras em “v” existem. E ela não é nada retraída, está na mídia. É só abrir o jornal que já vejo, ela, ali... Toda exibida, cheia de si, tão comentada e polêmica quanto a mulher melancia.
Pois bem, deixando os mistérios e as melancias de lado, explico: Esta gangorra é a dupla grenal. Por acaso, vocês já viram alguma vez os dois clubes estarem bem? Aposto que não. Sempre, absolutamente, sempre, quando um estava bem o outro estava mal. Mas agora não, os dois inexplicavelmente estão bem. O Grêmio de técnico novo que já estreou com uma vitória, invicto na Copa Libertadores (tudo bem, ainda não apareceu um grande adversário), mas enquanto não aparecer ele será invicto. O Internacional, semifinalista da Copa do Brasil, líder isolado e com 100% de aproveitamento no Brasileirão e tantos outros méritos secundários.
Contudo, antes dos jogos dessa quarta feira que podem ser decisivos para esta gangorra voltar à velha monotonia do “um lá em cima, um lá em baixo” deixo aqui, explícita, minha felicidade tamanha, por ter visto o que queria desde guri, uma gangorra em V!!!

¹Galvão Bueno, medíocre narrador e infeliz comentarista.

domingo, 10 de maio de 2009

O bem que me faz a crise!

Hoje, tudo é crise. Crise econômica, crise financeira, crise mundial; crise no amor, crise no trabalho, crise de nervos. Crise. Estamos mais parecendo grilos de tanto falar crise, crise, crise!
E que bom... Até porque, crise é tormenta e quem não gosta de dormir enquanto chove? E, como depois da tempestade sempre vêm a bonança, então o negócio é aproveitá-la, afinal, depois tudo estará bem. Por exemplo, crise no amor. Qual é a melhor fase de um relacionamento? É depois da crise, visto que é ela que nós mostra como é bom estar de bem com o outro. E depois dela, é só: meu amorzinho, meu bem, queridinho e pá-pá-pá.
No futebol. Se não fosse pela crise, não teríamos nesse brasileirão, que começa hoje, Ronaldo, Adriano, Fred e outros tantos medalhões, que por sofrerem de crise seja ela de peso, de existência ou financeira, não estariam aqui sendo idolatrados, novamente. Neste ano, teremos o brasileirão mais famoso da última década, com mais estrelas até que o Planeta Atlântida.
Particularmente, eu não conheço ninguém que foi demitido devido à crise. E duvido, que alguém aqui conheça. E se conhecer, que diga, pois garanto que se foi demitido agora já está empregado, e num emprego melhor. Sou um defensor da crise! Odeio ver o Lasier falando mal dela. Injusto, covarde! Que mal ela o fez? Nenhum. N-e-n-h-u-m. Ou vai ver, o Lasier vai passar fome por causa da crise. Quer é parecer um preocupado, um precavido. É só charme.
Nas ruas, nos bares, nas praças, é o assunto do momento. Fica mais na boca do povo do que o Big Brother. E todo mundo fala mal... Por quê? Ela é tão inofensiva. É uma criança, que nem completou um ano sequer.
As pessoas chegam ao mercado e pensam: “Ihhh, vou levar só 150g do presunto, afinal a crise ta aí." Se for pra pensar assim, compra logo 300g criatura, e garante o teu! Nesses casos se nota a ignorância da raça humana. E a esperteza do nosso presidente que diz: “comprem, comprem, comprem, assim a crise passa.” Louvável idéia.
Portanto, quero lançar a campanha: Fica crise! Devemos ser gratos à ela. E dizer um até logo, se ela for embora. Pare e observe...Como a crise nos faz bem. É ela, que nos traz graça à vida, traz emoção, traz Ronaldo, Adriano, até o Fred... Ahhh! E também, o “pá-pá-pá”.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Marketing Futebol Clube

Neste ano de 2009, mais do que nunca, vemos o quão importante é saber lidar com questões ligadas a economia, finanças e dinheiro.
Antigamente, a cerca de 40 anos atrás, para não irmos muito longe, não era assim. Mas hoje é, infelizmente, é. Pelo que se vê no título (do texto) estamos falando sobre gestão e economia, dentro do mundo esportivo. Temos hoje o que chamamos de clube empresa, os quais na Europa são quase que normais, afinal lá, se adotou esse sistema antes que aqui na América, como foi por toda a história.
Contudo, hoje temos cada vez mais, clubes brasileiros aderindo a esta forma de administrar. E podemos descobrir quais são eles olhando apenas para os resultados desse início de ano e dos anos anteriores.
Futebol não se ganha mais dentro de campo. Se ganha fora, com a firmeza de um dirigente que se compara a um zagueiro em uma negociação, com a esperteza e a visão de marqueteiro que se compara a um meia armador e com a habilidade de um presidente que se compara a de um centroavante ou atacante. Ou seja, o verdadeiro sucesso de um clube, antes de depender dos grandes craques e grandes times, depende de uma gestão e de uma administração de longa data, não se constrói da noite para o dia esse planejamento estratégico que um clube terá que se adaptar para obter sucesso.
Os dois primeiros clubes brasileiros a adotarem essa estratégia foram São Paulo e Inter, que são inquestionavelmente, os dois melhores clubes desse início de século. O São Paulo, incomparável, pois ganhou nos últimos três anos o campeonato nacional, ganhando também libertadores da América, Recopa e mundial interclubes. O Internacional esteve sempre entre os primeiros na tabela, também conquistando libertadores da América, mundial interclubes, Recopa e Sul Americana. Devido aos feitos desses dois clubes, os demais começam a utilizar dessa estratégia também, como exemplo: Cruzeiro, Palmeiras e Flamengo. Porém ainda temos no Brasil, clubes que estão muito longe dessa realidade, pois não tem gestão e muito menos planejamento. E que mais tarde, acabaram sofrendo dentro de campo, o que foi causado fora dele. Daí vem os “inexplicáveis” rebaixamentos de clubes grandes como Vasco, Corinthians e Grêmio.
Por fim, podemos ver que foi-se o tempo em que futebol antes de tudo era garra, paixão e raça, hoje em dia, antes de tudo, futebol é negócio.

terça-feira, 17 de março de 2009

Chicoleta and me

Há alguns dias atrás assisti o filme Marley e Eu, um lançamento de grande sucesso no mundo inteiro. Justificável, pois é um filme simples, comparado às grandes produções hollywoodianas, contudo um filme que traz em sua essência um amor simples, paterno e materno de um casal por um cachorro: Marley. O filme, pelo que se observa é uma mistura entre romance, comédia e drama. Exibe cenas hilárias por parte de Marley e ao mesmo tempo mostra os problemas e as emoções enfrentadas num casamento e nos planos de se ter um filho e constituir uma família.
É certamente inevitável para os espectadores, não se colocar no papel dos protagonistas, Jennifer Aniston e Owen Wilson. E também não pensar no seu animal de estimação ao ver Marley. Ainda mais para quem tem como animal de estimação um cachorro.
O filme, em síntese, ensina a todos como aprender a amar os animais, a natureza e as pessoas. Respeitar e aceitar o jeito de cada um e também, as atitudes. Confesso, não pude deixar de comparar Marley à Chicoleta. E também pensei, que belo casal fariam.
Chicoleta é assim, exatamente igual nas atitudes, ganha apenas no quesito obediência. Todavia, aprendi a amá-la. Aceitei suas mordidas, suas desobediências, suas “necessidades” feitas em locais não apropriados, seus latidos, seu choro e também todos os objetos que ela destruiu e acredite, ainda vai destruir. Afinal, cada um tem seu instinto, e os animais são as criaturas que mais conseguem nos demonstrar isso, através deles, devemos aprender a aceitar nossas diferenças.
Como no filme, já briguei, já me irritei, já ofendi e confesso já bati, mas hoje entendo que de pouco adianta. O que resta mesmo é aceitar e tentar educar da forma mais carinhosa possível.
O que realmente entristece no filme, e faz com que ele tenha drama é o seu final. Onde até a pessoa mais fria do mundo, se sente comovida com a partida de Marley e, como eu; também pensa, o quão triste será o dia em que meu animal de estimação partir. E, como citado no filme, um cachorro para muitos é um filho, portanto a dor por sua partida se equivale a se um ser humano.
Em síntese, procure sempre amar e aceitar as pessoas e os animais enquanto há tempo. Pra mais tarde, olharmos para traz, e ver o quanto valeu à pena.

domingo, 8 de março de 2009

A culpa é das operadoras...

No dia seis de março a “jornalista” Florença Mazza, publicou uma matéria no site globo.com - http://ego.globo.com/Gente/Noticias/0,,MUL1031851-9798,00-CANSADA+DEPOIS+DO+SALGUEIRO+VIVI+ARAUJO+PULA+CARNAVAL+NO+SUL.html - onde noticiava e comentava (sem muita propriedade) onde estava e o que fazia a atriz Viviane Araújo. A jornalista citou o fato de poucos dias após o cansativo carnaval do Rio de Janeiro Viviane Araújo ao invés de descansar retornou mais uma vez a Uruguaiana para desfilar pela escola de samba Os Rouxinóis. O que se tornou polêmico e revoltante foi a comentário que a dita jornalista, fez sobre Uruguaiana, se referindo com uma cidadezinha onde sequer o celular pega.
O fato gerou indignação nos Uruguaianenses e nos apreciadores do carnaval dessa cidade, considerado o terceiro maior do Brasil.
Pensamos os motivos pelos quais Florença Mazza se referiu assim à cidade de Uruguaiana. Afinal, espera-se que haja algum motivo pessoal que municia esse comentário, infeliz. Analisando racionalmente, é inadmissível que, com toda essa tecnologia que nós dispomos uma jornalista não pesquise e estude uma cidade a qual vai relatar sobre.
O que nos resta pensar é que a jornalista Florença Mazza, não goste de carnaval, de Uruguaiana ou até mesmo da inocente e frágil Viviane Araújo, que de protagonista foi para figurante nessa novela.
Sem fugir muito do assunto, deixo aqui elogios, saudações e também muito orgulho do carnaval Uruguaianense, que embora ainda tenha alguns detalhes para aperfeiçoar; cada vez mais, nos prova o quanto é capaz de proporcionar ao povo, em beleza, em luxo e em dedicação por parte das escolas e agremiações. E se firmando a cada ano, o carnaval se torna mais uma qualidade dessa cidadezinha onde sequer o celular pega... Parabéns Uruguaiana.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O jeitinho brasileiro

O mundo todo conheceu. E está conhecendo o jeitinho brasileiro. Tudo está interligado, como uma rede, como um sistema... Brasil, futebol, carnaval, o dito “jeitinho”, a malandragem e incluí-se aí a sacanagem. Este jeitinho, está sendo apresentado ao mundo, pelas brasileiros que tem a maior respeitabilidade lá fora, os jogadores de futebol. Os craques do mundo da bola. Concordo com os apelidos: é o “menino da vila” (e põem vila nisso), o “Imperador” (só se for da noite) e o “Fenômeno” (dos escândalos). Maiores que seus feitos dentro dos gramados são seus feitos fora de campo, nas noites cariocas, européias e por aí vai... E apresentam ao mundo o porquê de o Brasil ser o país do turismo sexual.
Seguiremos em ordem alfabética para não nos perdemos. Adriano – Imperador – não é nada difícil encontrar fotos e registros do cidadão em noitadas, bebendo, fumando e realizando atividades não muito saudáveis, pelo menos, para um atleta. Robinho, que parecia ser um jovem centrado, com mulher e filho, agora apronta em um novo escândalo com jogador brasileiro, inocente ou culpado, lá estão, manchetes e notícias, que dizem: mais um brasileiro envolvido nesses tipos de caso. Cabe a ele agora, se defender seja com argumentos ou pedaladas. E chegamos agora, ao Fenômeno, que agora pertence ao “Curintia/Curingão”. São filhos, separações, noitadas e “Andréias Albertinis” em sua vida, ou melhor, André Luís Ribeiro Albertino. E da mesma forma que eles, estão errados os técnicos Mano Menezes, Renato Gaúcho e tantos outros que dizem que se o jogador comparecer aos treinos e tiver em condições de jogo é o suficiente. Se os técnicos, que são as pessoas que dispõe de autoridade para proibir e censurar este tipo de atitude deixam acontecer e passam a mão na cabeça, quem fará com que os jogadores “cabeças-ocas” coloquem este dito “porongo” no lugar. E, para não esquecer Ronaldinho Gaúcho pelo que é de senso comum, para santo não serve, como tantos outros. Resta-nos apenas, torcer pelo Kaká, que é um rapaz de vida correta (ou sabe enganar muito bem) dê alguns, bons, conselhos a esses moços de vida torta. Do contrário, uma frase será colocada à prova: “o melhor do Brasil é o brasileiro”.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Quanto poder!

Uma morena não sabe a missa metade do seu poder! Ah, não sabe... Eu considero que o poder de uma morena é mil vezes maior que o poder do Obama, pois eu aposto que o Obama não resiste à uma morena. Coloquem o Obama trancado na Casa Branca com uma morena pelo período de um mês, e veremos quem é mais poderoso. Mas, vamos nos posicionar e falar da morena, e não do mulato.
Tinha panturrilhas mais grossas que a do Roberto Carlos, porém tão delicadas quanto a Sandy cantando “imortal”. Portava um bronzeado de dias, aqueles que se conquista corretamente: antes das dez da manhã e após as quatro da tarde. Era curtida, com a cor semelhante à de uma cuia. E sempre usava um decote discreto, que iniciava da ponta da clavícula até exatamente o meio do externo, passando pela zona do perigo. Quanto poder!

Jogava no time do bairro, o Santanense, o melhor centroavante que já existiu, no time do bairro, é claro. Era um pardo, largo e estúpido. Contudo, tinha uma categoria nunca antes vista. No mesmo lance tinha a perícia para executar uma lambreta e a ignorância para fazer da rede um fiapo com a força de sua canhota. O poder da canhota do pardo era equivalente ao do Fernandinho Beira-mar. E era através da canhota do pardo, que o Santanense tinha chegado às finais do citadino. O pardo era mau, e como era. Uma vez, com o jogo ganho ele se desentendeu com o goleiro, o Perereca (pulava como tal), e de propósito chutou a bola com tanta força que o rosto do Perereca virou um purê. Passaram-se os jogos, os adversários, as patadas do Pardo e a conquista começou a chegar perto.
Por ironia do destino o Santanense chegou à final, justo contra quem: o time do Perereca. A várzea lotou. Eram bandeiras, gritos, torcidas até bombas espocaram antes do jogo. Passa-se o primeiro tempo, o segundo e chega a prorrogação. O time do Perereca dependia apenas do empate. Porém aos dez minutos do segundo tempo acontece um pênalti para o Santanense. O pardo correu e logo pegou a bola. Todos sabiam da disputa pessoal que ocorria naquele instante, e entenderam o quão perigoso e derradeiro era aquele momento.
O que ninguém percebeu, foi a morena. Sim, aquela mais poderosa que o Obama. Ela estava ali, pertinho, estrategicamente posicionada atrás do gol. O Pardo ajeitou o caroço calmamente, deu passos até a intermediária e veio correndo como um avestruz, mas no caminho algo lhe chamou a atenção. E foi a morena... Que lhe sorriu, com o canto da boca, ajeitando o cabelo; e fez aquilo com uma harmonia melhor que a do Salgueiro. Pardo chutou o chão, levantou um canteiro, e não a bola, que foi rolando mansa até o Perereca que sorria, e sorria como um menino. A morena deu as costas e saiu. Foi embora e o Pardo, desolado nunca mais à viu. O estádio todo ficou sem entender o lance. O juiz que se preparava para correr até o meio campo, baixou a cabeça fazendo sinal de negativo, tristonhamente. O silêncio permaneceu e começou a imperar apenas a gargalhada do Perereca, maquiavélica. Todos ficaram com uma pena imensa do Pardo... Coitado, mal sabia ele, que a vingança do Perereca viria tão cedo e, ainda, acompanhada de uma cúmplice, sua namorada, a morena, do poder. E que poder!