quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Tudo tem um preço

Essa pergunta intriga à todos. As tias na feira livre, os viciados nas bocas de fumo, os empresários no mercado internacional. Eu mesmo, me criei aprendendo a sempre perguntar: quanto vale? Quase que afrontando o vendedor...
Quando pequeno ia ao bolicho da esquina, feliz, com algumas patacas na mão, dadas pela vovó, comprar besteiras. E com as besteiras, me distraia a tarde inteira. Vezes balas, vezes sorvetes, mas a maioria das vezes, salgadinhos. De 20 centavos – os quase extintos “Okeizitos” -.
Capitalista ou não, assim foi minha criação. E a de todos. Um certo dia aumentou o preço do salgadinho. Me revoltei. Chorei. Pechinchei. Nada adiantou.
Foi minha primeira indignação com a política e com a crise mundial – mesmo sem saber da sua existência -. Como podia o salgadinho pequeno, de 10 ou 15 gramas custar 25 centavos e não 20. Comecei a me questionar. Será que foi o preço do sal? Será que o “tio” estava me passando para trás? Não sabia, naquela época, que existiam macro ambientes, logística, e taxas de imposto.
Fui pesquisar. Perguntava à todos: porquê... porquê... porquê...! Não podia conceber a idéia de que o salgadinho, de bacon, fininho, salgadinho, que dava sede, ia custar 25 e não 20. Com a soma das respostas de todos aprendi uma lição. Tudo tem um preço. Financeiro ou não, tudo tem um preço. E às vezes, por precipitação, o barato podia sair caro. Se eu mesmo criança, descobrisse que o preço iria aumentar teria feito um estoque. Juro.
Nessas falhas de mercado que surgem os empreendedores e futuros milionários. Eles se dão conta, por exemplo, que o salgadinho vai aumentar e compram por 20 e vendem por 24. Ganham 4 centavos por salgadinho e ainda são mais baratos que a concorrência, vendem tudo.
Nesta quarta feira, dia 28, confirmei minha primeira lição sobre economia. Esta mesmo: tudo tem um preço. O Inter está pagando este preço, e não vai ganhar o Brasileiro. Porque o Brasileiro, para o Inter, tinha um preço: o Nilmar. Cerca de R$ 44 milhões. Talvez se os dirigentes do Colorado fossem comigo, comprar as besteiras, com as patacas da vovó, não venderiam o Nilmar. Pois fariam um estoque. Iam se dar conta, que em um time que tem a ambição de ser Campeão Nacional, não se pode abdicar do seu craque. Se o Internacional segurasse suas “besteiras”, passaria o campeonato inteiro se distraindo e se divertindo, igual a mim, durantes às tardes. Mas o Internacional se precipitou, e o barato, vai sair caro. Bem caro.

2 comentários:

Unknown disse...

Pois é. Tantos times passam o ano no vermelho e no outro ano estão do mesmo jeito. O Inter não poderia abdicar das finanças no ano do seu centenário por títulos? Quantos novos sócios o Inter não teria adionado ao seu já gigante quadro social, se o time estivesse liderando o campeonato, na iminência de um título que não conquista há 30 anos? São escolhas que tem consequências. Quando questionados, os dirigentes terão de assumir quer eles pensem que foram erros ou não.

Anna Paula disse...

Eu ainda sou da época do salgadinho de R$ 0,10 e pode acreditar, ainda existe.Mas claro que não se pode comer só um porque é muito pequeno tem que comprar vários.E cada vez aumenta mais as guloseimas e diminui o bolso da gente.